quinta-feira, 30 de abril de 2009

Sonhar não custa nada...

Vou pegar carona no blog do jornalista e ex-chefe Ricardo Kotscho, Balaio do Kotscho, que leio diariamente.
Ele reproduz um artigo escrito exclusivamente para seu blog - é pra quem pode - pelo senador Cristovam Buarque defendendo sua idéia de que os filhos de políticos deveriam ser obrigados a estudar em escola pública. Acho a proposta incrível, embora pouco provável de acontecer.
Nessa onda, defendo que os políticos eleitos e seus familiares também deveriam ser obrigados a utilizar transporte público, hospitais do SUS e todos os nossos precários serviços.
Nossa, ia ser uma beleza, da noite pro dia nossos impostos iam ser justificados por terem alíquotas tão altas e seriamos desobrigados a pagar a escola dos nossos filhos, plano de saúde, pedágios, que já estariam embutidos no imposto de renda, IPTU, IPVA e outos is.
Segue o artigo de Buarque, que pra mim é um político de mão cheia como poucos, entre eles Eduardo Suplicy e Fernando Gabeira.

Meu pai e minha mãe não eram católicos praticantes, mas meu irmão e eu estudamos em colégios religiosos: maristas.
Além da proximidade da escola em relação a nossa casa, a principal justificativa é de que as vagas nas poucas escolas públicas já estavam preenchidas com os filhos das pessoas influentes, especialmente os deputados, senadores, vereadores, seus apadrinhados, ricos e bem conectados.
Ainda mais: as escolas religiosas eram baratas, os professores, missionários sem família nem salário. Não pagavam aluguel, nem impostos; os equipamentos eram apenas quadro negro e um simples laboratório de química e física.
Hoje, quando se propõe que os eleitos deveriam colocar seus filhos na escola pública, onde estudam os eleitores, a idéia é considerada demagógica.
Em 40 ou 50 anos, desde que a população pobre migrou à cidade e colocou seus filhos na escola pública, a parcela rica, inclusive os parlamentares, migraram para a escola privada.
A partir daí, a escola pública foi abandonada, entregue aos municípios.
Em pouco tempo, consolidou-se a ideia de que a apartação era legítima: ricos que podem pagar têm o direito de estudar em escolas particulares de qualidade; pobres, que não podem pagar, ficam em escolas ruins, precárias, sem equipamento, com professores mal pagos e desestimulados.
Quando se considera demagógica a ideia de fazer com que filhos de pobres e ricos, de eleitores e de eleitos, estudem na mesma escola, é porque se considera essa apartação legítima. Isso lembra o discurso de quem era contra a Abolição da escravatura, há 300 anos.
Quando, depois de 300 anos, surgiu a idéia da Abolição, ela foi vista como demagógica, impossível, injustificável.
Os argumentos então eram muitos. Primeiro, como considerar negros com direitos iguais aos brancos? Como fazer funcionar a economia sem escravos? Como tirar dos senhores o direito à propriedade que eles tinham comprado?
Pouco a pouco, a idéia virou realidade, ficou aceita e possível. Terminou acontecendo. Os proprietários foram desapropriados; os negros tiveram, é certo que apenas na lei, os mesmos direitos; e a economia não parou, ao contrário, adquiriu uma nova dinâmica.
O mesmo vai acontecer com a idéia da escola igual para filhos de eleitores e de eleitos. Terminará aceita, e trará um inegável impacto positivo na educação pública e, a partir daí, na democracia social ainda incompleta no Brasil.
Além disto, é uma maneira de comemorar os 120 anos da República: não é uma República plena aquela que tem uma escola para os eleitos diferente da escola dos seus eleitores.

Cristovam Buarque
Brasília-DF, 29 de abril de 2009

terça-feira, 28 de abril de 2009

Já rendemos um prêmio!


Faz muito tempo que penso em ter um blog afinal minha cabeça borbulha de coisas que tenho a dizer, mas sempre ficava na dúvida e com uma certa preguiça.
Como jornalista escrevo diariamente e exaustivamente e achava que ninguém ia se interessar muito pelo que tenho a declarar.
Depois de passear por blogs de amigos e colegas de trabalho arregacei as mangas no mês passado e coloquei o Entre Telas no ar. No começo apanhei um pouco para montar o bichinho que agora está estiloso.
O mais bacana é que passei a acompanhar blogs linkados por meus amigos e fiz novos amigos blogueiros. Uma dessas amigas virtuais, a Sah, do Coisas e Coisinhas, dedicou o Prêmio Dardos ao Entre Telas.
Pra ser sincera eu nem sabia da existência do tal prêmio, mas dei uma pesquisada e vi o quanto é importante na blogosfera. Fiquei muito feliz com a indicação e aproveito para colocar os meus blogs premiados.

Necessaire de Pandora - http://necessairedepandora.blogspot.com/
Dando Nota - http://dandonota.wordpress.com/
Lobotomia e Comunicação - http://lobotomiaecomunicacao.blogspot.com/
Um Pamonha de Piracicaba - http://umpamonhadepiracicaba.blogspot.com/
Filó Comunicação e Arte -http://filocomunica.blogspot.com/

Para participar, é só copiar e colar o que vem a seguir:


“Com o Prêmio Dardos se reconhecem os valores que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras. Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web".

E as regras são:

1) Exibir a imagem do selo;

2) Linkar o blog pelo qual você recebeu a indicação;

3) Escolher 15 outros blogs a quem entregar o Prêmio Dardos;

4) E avisá-los, claro!

Você já se imaginou um livro?

Já vi várias perguntas do tipo: se você fosse um animal ou cor qual seria? Saber que livro eu sou pra mim é uma grata e divertida novidade.
Acesse o site
Particularmente adorei os resultados do meu, apesar de não ter lido esses livros - coisa que pretendo fazer em breve.
"A paixão segundo GH", de Clarice Lispector
Você é daqueles sujeitos profundos. Não que se acham profundos – profundos mesmo. Devido às maquinações constantes da sua cabecinha, ao longo do tempo você acumulou milhões de questionamentos. Hoje, em segundos, você é capaz de reconsiderar toda a sua existência. A visão de um objeto ou uma fala inocente de alguém às vezes desencadeiam viagens dilacerantes aos cantos mais obscuros de sua alma. Em geral, essa tendência introspectiva não faz de você uma pessoa fácil de se conviver. Aliás, você desperta até medo em algumas pessoas. Outras simplesmente não o conseguem entender. Assim é também "A paixão segundo GH", obra-prima de Clarice Lispector amada-idolatrada por leitores intelectuais e existencialistas, mas, sejamos sinceros, que assusta a maioria. Essa possível repulsa, porém, nunca anulará um milésimo de sua força literária. O mesmo vale para você: agrada a poucos, mas tem uma força única.
"O vampiro de Curitiba", de Dalton Trevisan
Descolado, objetivo e realista. Cult. Você deve se sentir mais à vontade longe de shoppings, da TV e de qualquer coisa que grite “cultura de massa”. Nada de meias palavras: a elas, você prefere o silêncio. Você não vê o mundo através de lentes cor-de-rosa, muito pelo contrário. Procura ver o mundo como ele é, entendê-lo, senti-lo. Às vezes, bate até aquele sentimento de exclusão, ou de solidão. Mas é o preço que se paga por ser um pouco "marginal". Não se preocupe, pois você atrai a admiração de pessoas como você: modernas no melhor sentido da palavra. Em "O vampiro de Curitiba" (1965), Nelsinho protagoniza uma variedade de contos, nos quais ele busca satisfazer sua obsessão sexual vagando pelas ruas de Curitiba - paralelamente, esta cidade de contrastes se revela ao leitor. A temática e a forma já denunciam: este não é um livro para qualquer um. Tem que ter cabeça aberta para enfrentar a linguagem nua e crua de Trevisan, que é reverenciado pelo leitor capaz de driblar velhos ranços burgueses

O não post do mês!

Plagiando a Revista TPM - que adoro e herculeamente consigo encontrar todos os meses aqui em Piracity e que publica a não entrevista do mês - esse é o não post do mês.
Não vou postar achincalhando o Ronaldinho Fenômeno, não vou criticar os colegas da imprensa que endeusam o controverso rapaz, nem os que especulam que será o próximo convocado para a seleção.
Não vou dar mais espaço para esse jogador de talento inegável mas de caráter e atitudes que não merecem tanto esforço de meu cérebro.
E numa esperança quase utópica torço para que o Peixe vire o jogo e não tenhamos mais que aguentar tanta apurrinhação da imprensa esportiva!

Em tempo: meu filho já recebeu também a herança de blogueiro, que ele lia meu blog que é a página principal no "nosso" computador eu já sabia, mas o danadinho deixou um recado no post Herança cinéfila! Não é um mimo? Esse menino vai longe...

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Quando será esse amanhã?

Ontem fez 25 anos que a emenda do deputado federal Dante de Oliveira, que resistituia as eleições diretas no Brasil, foi derrotada no Congresso Nacional. A votação deu início ao movimento das Diretas Já que mobilizou políticos, artitas, intelectuais e a população em geral em prol da democracia.
Eu me recordo bem dessa movimentação toda, apesar de ter somente 10 anos na época, dos comícios na TV e das conversas entre os adultos de minha família. Meu tio era filiado ao MDB e depois foi vereador pelo partido na cidade.
Lembrando das imagens e vendo as fotos antigas das passeatas e comícios vejo nossos governantes de hoje. O presidente Lula encabeçava a lista seguido de outros sindicalistas e dos tucanos - FHC, Serra e cia - que depois vieram a ser inimigos políticos. Para quem não se lembra o PSDB é filho do PMDB.
Conseguimos as eleições diretas e me pergunto do que adiantou? Calma, sou ferrenha defensora da democracia mas depois de mais de 20 anos nem começamos a aprender a votar.
Nossos deputados, senadores e vereadores continuam legislando em causa própria - vide passagens aéreas e outros mimos - e nós continuamos a votar errado.
Fico possessa quando escuto pessoas esclarecidas dizendo que vão votar nulo, que político é tudo igual. Só depende da gente, já que somos obrigados a escolher nossos representantes não custa fazer direito, senão depois nem temos o direito de reclamar.
Eu tirei meu título de eleitor aos 16 anos e fiquei triste de não poder votar na primeira eleição direta para presidente, pois tinha 15 anos na época. E nessa primeira oportunidade quem elegemos? O Collor!
O Maluf, que concorreu com o Tancredo no último pleito indireto para presidente e era contrário às diretas, está no Congresso com muitos outros parceiros da época.
Vamos relembrar a história e ao menos honrar os que lutaram pela democracia exercendo esse direito com responsabilidade e vontade.
Só assim acredito que amanhã poderá ser um novo dia.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Herança musical

Pensando nas heranças que deixo para meu filho - vide post abaixo - me lembrei de suas preferências musicais.
Ele teve a fase dos Beatles impulsionada por um musical da escola sobre o tema que rendeu até camiseta do Yellow Submarine, e dá-lhe You Tube para ver e ouvir as performances da banda.
Depois veio o Queen, com preferência para We are the champion. Quando fomos comprar um jogo de videogame chamado Guitar Hero ele perguntou ao vendedor se tinha música do Queen - o jogo simula tocar em uma guitarra. O rapaz achou tão inusitado o pedido que ele até ganhou um joguinho de cartas de presente.
Quando era menor, teve um período de MPB onde disparava de cor Amélia e Carinhoso, músicas que minha mãe cantava na hora dele dormir.
Agora é a vez do Kiss e do Rock'n roll all night. Quando eu falei que a banda esteve recentemente no Brasil ouvi: mãe, a gente podia ter ido no show, né? Hoje disse que sua próxima fantasia de carnaval será com o rosto pintado no melhor estilo do grupo.
Tem pesquisado na internet também o The Police. Que venham as próximas heranças!

Herança cinéfila

Adoro ir ao cinema e levo meu filho quase que semanalmete para ver as estréias, desde que ele ele tem uns 4 anos. Hoje, com 8, ele já está ligado em tudo o que vai passar e pede para ir.
Tenho que aguentar algumas produções das quais não gosto muito como Dragon Ball Evolution e similares, mas no geral nos divertimos nas animações da Pixxar e cia.
Acabo indo mais ao cinema ver as produções para o público infantil porque os filmes que gosto quase nunca passam em Piracicaba.
Hoje, para minha surpresa, o Enrico pediu para irmos ao cinema em São Paulo, já que eu disse a ele que duvido que a estréia que ele quer assistir - Terra - passe por aqui!
Que bom que podemos deixar heranças como essa para nossos filhos.

Pegada ecológica


Você sabe as marcas que deixa no planeta? Seus hábitos de consumo e de vida estão de acordo com a preservação da Terra?
Faça o teste da ONG WWF http://www.pegadaecologica.org.br/ e descubra quantas terras seriam necessárias para sustentar sua rotina.
Pegada Ecológica é o termo criado por William Rees e Mathis Wackernagel, em 1996, para indicar o quanto as pessoas consomem de recursos naturais, isto é, o quanto marcamos o ambiente com a nossa passagem pelo planeta. Mais recentemente os ambientalistas adotaram a metodologia da Pegada (no original em inglês, footprint) para dizer que estamos consumindo rapidamente o mundo.
No cálculo da estimativa da Pegada Ecológica, são somadas todas as diferentes áreas necessárias para produzir um bem (e receber os resíduos de seu uso) que é consumido por uma pessoa ou um grupo específico (como um país).
Apesar de achar minhas atitudes ecologicamente corretas eu precisaria de dois planetas. Vale a pena fazer o teste e repensar nossa contribuição.
Acredito que pequenos gestos e atitudes podem fazer a maior diferença. De nada adianta criticar grandes empresas poluidoras, as queimadas e o desmatamento, sozinhos dentro do carro com o ar-condicionado ligado...

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Considerações de uma sexta-feira de manhã

Ela acorda cedo, toma café com o filho, arruma sua mochila, lancheira e o deixa na casa da avó. Caminha até o ponto de encontro e de lá seguem para Americana acompanhar o plantio de algumas mudinhas sob o sol quente. Pausa para o cafezinho com pão de queijo e chegada na rodoviária para voltar a Piracicaba.
Eram 10h20, o próximo ônibus sairia às 11h e demoraria intermináveis uma hora e quinze para chegar ao seu destino pois antes faz paradas em Santa Bárbara D'Oeste, Tupi e Caiubi e em qualquer moita que balance na estrada. Ela comenta a demora com o funcionário da empresa de ônibus e esse responde que ao menos poderia dormir no ônibus...grande consolo, ela pensa.
Compra uma revista para passar o tempo, uma garrafinha d'água para espantar o calor e espera pacientemente o ônibus chegar. Ao mostrar a passagem ao motorista, este diz que o bilhete dá direito a ir somente até Santa Bárbara, ela argumenta que comprou para Piracicaba e tem de subir e depois descer duas rampas enormes para desfazer a confusão do vendedor em três minutos, antes do ônibus sair.
Finalmente ela senta em sua poltrona e percebe que o veículo não tem ar condicionado, paciência, ensaia um cochilo, já que acordou bem cedo. Em uma das intermináveis paradas pelo caminho para pegar novos passageiros entram mãe e filha e se sentam atrás dela. Começam uma discussão e depois para não brigarem pela música do mp3 a mãe resolve deixar o som alto para as duas ouvirem.
Ela não consegue mais dormir e ainda é obrigada a escutar músicas com latido de cachorro ou algo parecido, de gosto muitíssimo duvidoso.
Finalmente, uma hora e vinte minutos depois de sair de Americana, ela chega em Piracicaba e pensa: será que existe tanta gente assim morando em Tupi e Caiubi para que todos os ônibus que saem de Americana tenham de passar por lá???


PS: Segundo o Censo de 2000, no Distrito de Tupi vivem 3.929 pessoas e Caiubi nem consta. Já em Piracicaba há cerca de 350 mil habitantes!
Para entender:
Piracicaba é a cidade onde eu moro
Americana fica a uns 60 km daqui
Tupi é um distrito de Piracicaba no meio do caminho entre as duas cidades
Caiubu nem sabia o que é, mas pesquisei no google e descobri que é um bairro de Santa Bárbara que surgiu após a construição de uma estação ferroviária no local

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Zé-pedradas


Um comentário feito no post abaixo me fez lembrar de histórias dos bastidores da imprensa piracicabana. Há uns três anos tínhamos um secretário de Turismo chamado Zé Pedro, que hoje é vereador na cidade, e ajudava muito em nossa rotina na redação do Jornal de Piracicaba.
A vida de repórter de cidade do interior nem sempre é fácil, tem dias que não tem notícia pra nada mas a obrigação de preencher as páginas do dia seguinte permanecem.
O Cláudio Liza, que na época cobria política e adminsitração pública criou a expressão zé-pedrada para denominar as notícias que o então secretário gerava, toda vez que estávamos sem pauta. Era só ligar pra ele que surgia uma matéria que às vezes virava até manchete, nunca falhava. E depois que o Cláudio virou editor eu herdei as zé-pedradas.
Era idéias bacanas mas que nunca saíram do papel, Zé Pedro ficou somente um ano no cargo pois concorreu a uma vaga na Assembléia Legislativa.
Entre as zé-pedradas para alavancar o turismo na cidade, que eu me lembre, estão: teleférico sobre o Rio Piracicaba com direito a concessão do Parque do Mirante, tirolesa no mesmo rio, passeio de escuna também no rio - é o curso de água passa pelo meio da cidade e é seu cartão postal. Cheguei a entrevistar o empresário que ia organizar os passeios de escuna e a cobrir a coletiva da empresa que fez o projeto do teleférico.
Ele criou o Passaporte do Turismo, folder em formato de passaporte com os pontos turísticos da cidade onde quem os visitasse receberia um carimbo. Chegou a ser lançado e distribuiído, mas eu nunca vi nenhum por aí.
Algumas zé-pedradas vingaram como a Festa da Mandioca e o Balneário de Águas Sulfurosas em Ártemis - reduto político dele...
Qualquer dia conto os detalhes da vida paulistana, eu estava lá nos idos de Pitta e companhia!
Políticos assim viram folclore, mas antes fazem a alegria dos repórteres!


segunda-feira, 13 de abril de 2009

Apagão

O deputado federal e ex-prefeito de Piracicaba, João Herrmann Neto foi achado morto na madrugada de ontem na piscina de sua fazenda, na região de Bauru. Um edema pulmonar, possivelmente causada por choque térmico, apagou o homenzarrão de 63 anos.
É assim que me lembro dele, uma figura de grandes proporções com um aperto de mão muito forte e que fazia questão de levantar as repórteres da cidade - eu entre elas - quando as cumprimentava com um abraço.
A voz também era inconfundível, quando falava se ouvia de longe.
Independente dos acertos e erros na vida pública - muitos esses por sinal - e de sua importância na política nacional, era uma pessoa que nunca passava despercebida.
As entrevistas então, eram intermináveis. O homem tinha opinião para tudo e soltava ótimas frases de efeito que funcionavam muitos bem em minhas matérias políticas e ainda sobravam para as notinhas de bastidores.
Fiquei estupefata com a notícia de que essa personagem que ocupava tanto espaço tenha se apagado dessa forma.

Orgulho da gaveta

Hoje estou me sentindo realizada e tudo por causa da gaveta. No quarto do Enrico, meu filho de 8 anos, tem uma cômoda da época que ele nasceu que já está meio bamba de tantas mudanças que fizemos desde então.
Os encaixes das gavetas tendem a quebrar e as mesmas desmontam sem dó nem piedade. Após circular por várias lojas de ferragens há alguns meses comprei as peças para consertar a tal gaveta que estava deixando as bermudas do Enrico desalojadas.
As pecinhas e a gaveta ficaram encostadas desde então já que era necessário furar a madeira para parafusar as tais abinhas que iriam prender definitivamente o móvel em questão.
Confesso que aquilo tudo encostado e desmontado me incomodava muito, mas não havia ninguém que se oferecesse voluntariamente - nem depois de muitos pedidos meus - a furar a minha pobre gaveta.
Ontem, depois de uma aula de furação de parede resolvi arrumar a gaveta.
E eu consegui! Marquei, furei, parafusei e montei tudo direitinho, que orgulho!

domingo, 12 de abril de 2009

Meio ambiente x desenvolvimento econômico


A Prefeitura de Piracicaba encaminhou projeto de lei à Câmara de Vereadores propondo a municipalização do processo de emissão de licenciamento ambiental de atividades e empreendimentos de impaco local por meio de convênio com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente.
Os defensores da idéia dizem que trazer para o âmbito municipal essa discussão seria benéfico para cidade, será?
Segundo matéria publicada no Jornal de Piracicaba, no último dia 11, se aprovado, o convênio terá vigência de 12 meses, podendo ser prorrogado por até cinco anos consecutivos. Com a medida em vigor, caberá à Sedema (Secretaria Municipal de Defesa do Meio Ambiente) emitir os licenciamentos e fiscalizar a execução de ações que incluam, por exemplo, supressão de árvores nativas ou de espécies exóticas e alterações em APPs (Áreas de Preservação Permanente).
Entre as intervenções que precisarão passar pelo crivo da Sedema estão ainda obras de transporte (abertura e prolongamento de vias, pavimentação de estradas vicinais e construção aeródromo ou heliponto), de saneamento (reservatórios, elevatórias e estações de tratamento de água e esgoto), projetos de lazer (parques temáticos, complexos turísticos e hoteleiros, rampas de barcos e parques urbanos), empreendimentos comerciais e industriais e implantação de loteamentos, além de qualquer tipo de ação que envolva manejo de vegetação natural.
Tenho algumas questões sobre o tema:
Em primeiro lugar gostaria de saber se a Sedema tem técnicos capacitados para fazer este tipo de trabalho e também de fiscalizá-lo. Acredito que não;
Em segundo lugar, quem garante que esses licenciamentos serão tão isentos quanto os feitos pelo governo do Estado? Quando essa questão fica mais perto, há mais chance de que interesses econômicos locais se sobreponham aos impactos ambientais com a desculpa de gerar empregos, impostos e desenvolvimento, o que é um ótimo cartão de visitas para o nosso Executivo;
E em terceiro lugar, quando o projeto for da prefeitura ela mesmo vai se autoavaliar? Quando se tratar da construção de uma ponte, praça ou qualquer proposta feita pelo poder público municipal, que impacte o meio ambiente, quem vai questionar a viabilidade dentro da própria prefeitura?
Acredito que essa questão deveria ser amplamente discutida pelos vereadores locais, inclusive com a solicitação de audiências públicas. Pena que o Executivo nade de braçada dentro no nosso Legistativo e que nossos governantes estejam sempre preocupados com os resultados apenas dos próximos quatro ano.
Em época de crise econômica, mais uma vez o meio ambiente pode ser deixado de lado em nome do progresso.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Espécie em vias de extinção

Sou pedestre, espécie atualmente em vias de extinção já que a maioria dos seres humanos possue duas, três ou quatro rodas.
Eu confesso, sou pedestre, por opção - ou falta de. Pouco dinheiro para comprar e manter um carro e não gostar muito de dirigir me fizeram uma "caminhante"convicta, e olha que ainda não impacto o meio ambiente com emissões poluentes.
Como pedestre aprendi a observar melhor as coisas e pessoas, quando era repórter no idos de 1998 em São Paulo, andar a pé, de ônibus e metrô me ajudava muito a "enxergar" matérias que aqueles que saiam de carro da garagem do prédio e paravam na porta da emissora, com os vidros fechados e ar condicionado ligado não conseguiam.
Mas voltando às minhas andanças, hoje caminhei por boa parte da avenida Armando de Salles Oliveira, a mais central e movimentada de Piracicaba e fiquei indignada. Dezenas de lojas de autopeças e estacionamentos de compra e vendas de carro fazem das calçadas de seus estabelecimentos local para exposição de carros e conserto dos mesmos.
Por várias vezes tive que andar pela rua por falta de espaço. Eu posso desviar dos carros na calçada, mas duvido que na rua façam o mesmo comigo. Parece que desse jeito minha extinção também poderá ser causada por atropelamento.
Essa situação se repete diariamente, mas nunca vi agentes da Semuttran (Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte) ou policiais multando esses comerciantes.
Agora experimente parar seu carro em local proibido por alguns minutos ou deixar de colocar o talão da zona azul para ver o que acontece.
Parece que as regras por aqui só valem para alguns!

O fantasma dos anos 80

Ombreiras, calças enormes para as mulheres, cintura alta e marcada, legs, pulls e tantas outras aberrações voltaram a assombrar nossos guarda-roupas.
Foram quase duas décadas de minimalismo, roupas básicas, poucas estampas e cores neutras para tentar esquecer a breguice dos quadriculados e neons da fase new wave, pra tudo voltar agora?
Sofri muito na adolescência ao tentar entrar em calças semi-bags que não me caiam nada bem e ao procurar uma camiseta fosforecente que não chamasse tanto a atenção. E as ombreibras? Que pesadelo, arrancava dos casaquinhos e ficava tudo ainda pior, sem forma.
Respirei aliviada a partir dos anos 90, pois havia um estilo que combinava comigo, mais clean e menos chamativo. E agora querem voltar com aquilo tudo?
Duvido que essa moda pegue, não fica bem em quase ninguém! E essas calças saruel, são horríveis e já se vê muitas desfilando pelas ruas.
Vou me manter na monotonia fantástica das cores lisas e neutras e dos modelos que caem melhor no meu corpo.
Pra mim, vintage 80's só o musical!

terça-feira, 7 de abril de 2009

A qualidade da água do Rio Piracicaba é uma das piores do País


Segundo o Relatório de Recursos Hídricos no Brasil, divulgado recentemente pela ANA (Agência Nacional das Águas), a qualidade da água do Rio Piracicaba é péssima, comparável ao agonizante Tietê.
O esgoto é que está matando o rio. É incrível que em pleno século XXI, quando só se fala em conscientização ambiental, ainda não haja 100% de esgoto tratado em todas as cidades. Em Piracicaba, cidade que se orgulha de seu progresso e pujança então, nem se fala.
Temos estudiosos sobre o assunto no nosso quintal, na Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) e no Cena (Centro de Energia Nuclear na Agricultura). Será que é tão difícil o poder público fazer convênios com as universidades para tentar resolver esse problema que parece ter vindo da Idade Média?
Há empresas na cidade que já firmaram PPPs (Parcerias Público-Privadas) com a prefeitura e doaram estações de tratamento de esgoto. Por que não aumentar essas parcerias? Não me parece tão difícil uma cidade desenvolvida e rica como a nossa conseguir tratar todo o seu esgoto.
Esse problema se arrasta há anos, já foram feitos vários projetos mas nada de muito prático acontece, inclusive com anuência do Ministério Público que vive postergando os prazos dos Termos de Ajustamento de Conduta. Tratamento de esgoto tem de ser prioridade, ou queremos conviver com um rio que mais parece um lixão cortando a cidade, como são obrigados a fazer os paulistanos?
Em matéria publicada no Jornal de Piracicaba, no último dia 3, o professor do Cena, Plínio Barbosa de Camargo, especialista em qualidade de águas, destaca que é preciso agir já para que o rio consiga fazer sua autodepuração num período estimado em dez anos. "Apesar do quadro atual dos impactos já gerados nesses corpos d'água, medidas de despoluição menos vultuosas podem ser adotadas de forma a reverter esse quadro", diz um trecho do relatório.
É hora de deixar as pontes um pouco de lado e se preocupar com o que passa debaixo delas.

O que estamos esperando? Mãos à obra!


Confira o relatório: http://conjuntura.ana.gov.br/


segunda-feira, 6 de abril de 2009

É fácil ficar feliz...

Segunda-feira calorenta, relatórios mensais sem fim para fazer, ressaca do final de semana - chá de fraldas, bicicleta e cinema + shopping com as crianças. O dia já estava terminando sem graça como começou, mas e-mails disparados por mãos certeiras me fizeram tão feliz.
Palavras bem colocadas e sons que tocam o coração são suficientes para fazer minha semana começar de forma sensacional.

Segue amostra:

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Ainda parece mentira...


Tenho que fazer um adendo: Parece mentira... que o Obama disse que o Lula é o cara!
Dá-lhe barbudo!!!!

Leia a notícia completa:
http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI3676180-EI7896,00-Esse+e+o+cara+diz+Obama+sobre+Lula.html

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Parece mentira...


- Que os EUA tem um presidente negro;
- Que querem o Ronaldo de volta à Seleção;
- Que o Hugo Chavez convidou o presidente do Sudão (ditador homicida) para visitar Caracas;
- Que o Brasil demorou tanto para ter portabilidade na telefonia fixa e móvel;
- Que um homem disparou acidentalmente um arpão em sua própria cabeça e sobreviveu sem sequelas;
- Que o Rubinho chegou em segundo lugar numa corrida (os últimos podem sim, ser os primeiros!)
- Que o Senado "ressuscitou" Fernando Collor de Melo com a ajuda de Sarney;
- Que o Dunga continua não sabendo ornar suas roupas (e nem coordenar o escrete canarinho);
- Que ainda alguns perdem tempo assistindo e comentando o BBB em sua trocentésima edição;
- Que os que mais defendiam o neoliberalismo econômico agora querem que o Estado dê conta de tudo;
- Que a Igreja Católica condene um aborto e absolva um estupro;
- Que eu ainda me espanto com certas coisas!


Cultura inútil:
Enciclopédias e dicionários de cultura internacionais são quase unânimes ao afirmar que não há um registro oficial da história do primeiro de abril como dia da mentira, ou uma justificativa formal para o dia ser conhecido desta forma em muitos países do mundo, incluindo o Brasil, os Estados Unidos, a Inglaterra e a França.
Uma das explicações é comumente apontada como a mais aceita por historiadores. Ela remonta à época em que o calendário usado pelos países da Europa mudou. Até 1564, o ano novo era comemorado em 25 de março, e os festejos eram prolongados até o dia 1º de abril, e não em janeiro. Foi neste ano que o rei Carlos IX da França determinou que o ano novo seria comemorado no dia 1º de janeiro, o que causou grande confusão no país e no continente.
Aqui entram duas versões. Uma diz que alguns franceses mais conservadores decidiram manter seus festejos no fim de março, sendo ironizados pelo resto da sociedade. Uma outra explicação, talvez mais realista, lembra que à época os meios de comunicação eram precários, então demorou para que toda a sociedade soubesse da mudança, fazendo com que a confusão fosse aproveitada para que fossem criadas brincadeiras envolvendo mentiras.
De fato, uma pesquisa histórica mostra que a mudança de calendário no início do século XVI não foi tão simples quanto pode parecer e tornou confusa a organização dos diferentes povos da Europa. O decreto do rei francês, assinado em 1564, só teve efeito em 1567, 15 anos antes da reforma do calendário gregoriano de 1582. Alguns países, como a Inglaterra, por exemplo, continuaram comemorando a mudança do ano em 25 de março por mais de um século, só adotando a mudança depois de 1751.
A Britannica diz que, desde o decreto francês, aqueles que continuaram comemorando o novo ano entre março e abril eram chamados de “bobos”, incentivando brincadeiras envolvendo mentiras. A convenção acabou se espalhando, com diferentes nomes e tradições, mas sempre envolvendo brincadeiras que fazem alguém de bobo com mentiras.

Fonte: http://g1.globo.com/

O que mudou na sua vida?


Fala sério! O que a Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa mudou na sua vida desde que começou a vigorar?
Já no final do ano passado se ouvia falar diariamente nas novas regras impostas, seus benefícios e perrengues... e agora que está valendo? Ninguém fala o que mudou na prática.
Como operária das letras procurei me informar sobre as mudanças bem cedo, li o manual Escrevendo pela Nova Ortografia, do Instituto Antônio Houaiss e tratei de comprar um dicionário já atualizado, mas foi só. E vi que os coitados dos nossos amigos lusos tiveram muito mais trabalho do que nós.
Confesso que ao escrever palavras compostas tenho ido muito ao tal dicionário, que resolve a maioria das minhas dúvidas e creio que a de todos também.
Meu filho está no terceiro ano - do ensino fundamental, é claro - e não tenho visto grandes dificuldades na escola, às vezes quase coloco um acento no para (verbo) da lição dele mas logo me contenho. Outro dia coloquei trema no cinquenta de um cheque que preenchi, mas não faz mal, os cheques estão ficando mais obsoletos que a trema. E dá-lhe cartão.
Pra mim os mais complicados são os acentos, pois meu cérebro já está acentuado e fica difícil apagar depois de tanto tempo, mas estou me esforçando.
No final acho que o barulho foi maior que o estrago. Vamos ter que esperar mais um pouco pra ver!