sábado, 30 de maio de 2009

Dormindo ao som da viola

Essa noite me virei o tempo todo na cama e só consegui dormir depois de colocar tampões nos ouvidos, tudo por causa de uma cantoria de viola. Não! Eu não ganhei serenata de um violeiro apaixonado.
Há uns quatro anos eu me mudei para um prédio na Avenida Armando de Salles, a mais central e movimentada de Piracicaba, demorei para me acostumar com o barulho dos carros e ônibus e dos alto-falantes de final de semana. Eis que para piorar a poluição sonora surge um morador de rua, desses que cata papelão com carrinho e se instala no canteiro central da tal avenida. Até aí nada demais, só que o moço tem um hobby, ele toca um violão desafinado e sem algumas cordas e ainda canta bem alto, muito mal por sinal.
O problema é que o rapaz é chegado na cachaça e daí dorme no começo da noite e passa as madrugadas na cantoria. Já tentei conversar com ele e uma vez até chamei a Guarda Civil para espantar o cantor de avenida. Mas que nada, ele insiste em sua serenata para os infelizes que moram em três prédios que circundam sua "casa".
Tenho pena da realidade dele e acredito que essa ilusão de cantar espanta as tristezas e a solidão de morar na rua, mas não precisava tirar meu sono!
Acho que a solução é torcer para que ele fiquei afônico com o tempo frio ou tenha de vender o violão para o ferro-velho, afinal tenho direito de dormir sem tampões no ouvido!
Ou então ele que vá cantar em outras freguesias! Hum que sono...

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Procurando um revisor

Não tem coisa que me irrita mais que erro de português - até tem mas agora não vem ao caso. Quem me conhece sabe que eu sou aquela pentelha inconveniente que corrige todo mundo da família, o filho, o namorado, os amigos e se coça quando não pode corrigir desconhecidos.
Minha tia conta até hoje uma história de quando eu tinha uns 2 anos e minha prima Fernanda 2 anos e meio. Ela falou pra mim em linguagem infantil que sua mãe ia "tuturar" uma roupa, e eu toda metida, segundo minha tia, disse: - Fernanda, não é "tuturar" é costurar!
Sendo assim, vocês imaginam como os erros de digitação do meu blog me irritam. Todo mundo sabe que é super difícil enxergar os tropeços quando a gente escreve. Eu fico relendo o blog depois milhares de vezes e reeditando o texto para corrigir.
Já estava pensando em contratar um revisor quando descobri esse achado, pelo menos pra mim que não sou muito íntima das ferramentas informáticas. Trata-se do Revisor - http://revisor.com.ar/ - um corretor ortográfico online.
Como usar:
Selecionar o idioma no canto superior esquerdo;
Inserir o texto para verificação;
Pressionar o botão Revisar Ortografia;
As palavras erradas aparecem grifadas e ainda com sugestão para corrigir!

Viva, vou testar com esse post e adeus reedições (eu espero!)


Em tempo:
só revisa ortografia, pontuação e concordância só no revisor do Word, que aliás corrige tudo errado! Procure então na memória as aulas de gramática do colégio e boa sorte!

Lá vai o trem...

Duas notícias hoje me chamaram a atenção, a prefeitura de Limeira recebeu a posse da Estação Ferroviária da cidade e vai transformar o local num centro cultural e de turismo e em Rio Claro o governo municipal está retirando os trilhos que passam pelo centro da cidade. Aqui em Piracicaba os trilhos e pontilhões também foram retirados e a Estação da Paulista virou um parque e centro cultural.
Acho louvável transformar esses espaços abandonados em algo útil para a população, só discordo do fato de estarem abandonados. Por que a gente ainda insiste no transporte rodoviário quando muitos países provaram que os trens são a melhor opção tanto para cargas como para passageiros?
Os trens, trilhos e estações foram abandonados e sucateados e o que restou de nossa malha ferroviária foi concedido, mas as concessionárias só se interessam pelo transporte de carga em alguns lugares do Estado, quando deveriam ser obrigadas a manter a malha e suas instalações, mas como sempre, fica por isso mesmo.
Quando eu era criança fui de trem de Rio Claro para Pederneiras, onde minha tia morava e depois na época da faculdade vim de Bauru para Rio Claro para ir numa festa da Unesp. Foi em 1996, último ano em que circularam trens de passageiros. O vagão era um pulgueiro, sujo, mal cuidado e vazio é claro, já que o preço era igual ao ônibus, mais rápido e confortável. Por essas e outras o brasileiro associa o trem a um transporte ruim e obsoleto.
Não sei se agora é viavel recuperar toda a malha que já tínhamos e investir no transporte ferroviário, o problema é como deixaram que chegasse nesse ponto.
Além do mais, o trem usa energia elétrica, não poluente.
Há algum tempo falou-se aqui em Piracicaba de um projeto de reinstalar o trem até o bairro do Taquaral, a princípio de carga e depois de passageiro para fazer uma terminal intermodal de ferrovia, hidrovia e rodovia. Parece que o assunto morreu.
Eu só vejo vantagens na utilização dos trens, mas parece que sou só eu!

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Inventando moda



Eu adoro moda que posso fazer sozinha, desde adolescente customizava minhas roupas, cortava, pintava e enlouquecia minha mãe. Quando eu vi esses dois livrinhos da Editora Senac fiquei doida, são lindos com 99 dicas cada para customizar o jeans e a camiseta. Foi escrito por estudantes de moda italianas e traduzido para o português com ilustrações e passo a passo.
No Jornal de Piracicaba de hoje o livro das camisetas e suas customizações foi capa do caderno de moda (http://www.jornaldepiracicaba.com.br/entre no virtual paper e procure o Caderno Arraso). Adorei as produções!
Com preço acessível - R$ 35,00/cada um - vale a pena conferir os livros 99 formas de cortar, costurar, franzir e amarrar sua camiseta, transformando-a em algo especial e 99 formas de cortar, costurar e enfeitar seu jeans. Os dois estão a venda no site da Editora http://www.editorasenacsp.com.br/.
Vai lá!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Meu dia glamuroso

Ganhei da Mel - http://melmascari.blogspot.com/ - o selo Esse Blog tem Glamour, que já está aí na minha página e um dos itens para desfilar o tal selinho era listar 5 coisas que a deixariam mais glamurosa.
Pensei um pouco e sem falsa modéstia eu acho que não preciso dessas cinco coisas.
Vou listas aqui cinco acontecimentos de hoje que me fazem ser uma mulher glamurosa:

1 - Ganhei um desenho do meu filho - uma roqueira - que dizia o quanto ele me ama e como sou linda;

2 - Minha melhor amiga me mandou um recadinho super carinhoso agradecendo ao post dedicado a ela;

3 - Recebi um elogio de um dos meus "chefes"- sim tenho vários. Ele disse que eu deveria ganhar o Pulitzer (http://www.infopedia.pt/$premio-pulitzer) das assessorias de imprensa do interior;

4 - Meu amor me disse ao telefone, antes de ir dormir, que está com saudade;

5 - Tem um monte de gente bacana que visita meu blog diariamente e deixa recadinhos inteligentes e divertidos.


Simples assim!

Tristes tradições

Henrique José Servolo Filho, engenheiro agrônomo, doutorando em Ciências Florestais e professor de matemática.


Com base em minhas tradições, de valores, culturais, históricas e familiares, fiquei bastante indignado com atos que presenciei na última sexta-feira, 15 de maio. Durante a passeata dos bixos da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), alguns estudantes foram presos por atentado ao pudor e por danificarem um varejão. A maioria estava tão bêbada que mal conseguia andar.
Como pai, educador e esalqueano fiquei muito preocupado com a atitude de alunos recém admitidos na universidade praticando atos de vandalismo e desrespeito.
Comemoro este ano, 20 anos de formatura na Esalq, onde hoje frequento o curso de doutorado e não gostaria de ter visto tais cenas vindas de futuros colegas de profissão.
Para piorar meu descontentamento lembro que esses jovens podem ter passado pelas minhas salas de aula, onde ensino matemática. O que está acontecendo com esses universitários?
A USP, para tentar coibir abusos, já proibiu há algum tempo a ingestão de bebida alcoólica e os chamados trotes no Campus, mas nas ruas, repúblicas e bares fica a cargo da consciência de cada um.
Ainda como professor e educador, constato que os jovens chegam cada vez mais imaturos às universidades. Quando saem da casa dos pais agem sem controle e bebem mais do que se imagina.
Pergunto-me o que pensaram esses cidadãos que formam a elite pensante e intelectual do País, quando em nome de uma tradição questionável invadem embriagados e em bando um estabelecimento comercial e destroem o lugar, gerando prejuízos ao comerciante?
Que paradoxal, o varejão que foi invadido, vende justamente produtos que são resultado de anos de trabalho, pesquisa e estudo de seus futuros colegas de profissão.
Tentando entender onde esses atos possam ter origem, vejo muitos alunos e ex-alunos meus, entre 15 e 18 anos, em locais de diversão e lazer como clubes, com copos de cerveja numa mão e cigarros em outros, “curtindo” o final de semana em ambiente familiar. Será que ainda pensam que essas atitudes são sinal de emancipação pessoal e masculinidade?
Com tanta informação a qual esses jovens têm acesso, isso só pode ser a meu ver, um ato de estupidez. Não quero aqui ser moralista e nem pregar a abstinência, só acredito em limites e valores e como professor vejo que é o que mais falta dentro das casas.
Parece que tudo é muito fácil para esses filhos da classe média alta e eles ficam sem ter a dimensão do quanto é valoroso ter uma formação acadêmica sólida e com isso conseguir uma vaga em boas universidades.
A tradição de que me orgulho como esalqueano apaixonado é sempre a de me deparar com resultados de pesquisas, trabalhos e experimentos importantes com a participação de colegas da universidade. Com a certeza estatística de saber que o campus de Piracicaba é um dos mais produtivos da USP.
A chamada tradição, questionável, que presenciei ultimamente é digna de prisão, o que infelizmente parece ser o caminho para dar limites a esses jovens que tiveram as melhores oportunidades, começando com ótimas escolas de ensino fundamental, aulas de inglês e tudo o que de melhor se possa ter, e que às vezes não valorizam. Outros quando conseguem sua vaga, continuam imaturos não percebendo a dimensão do que conquistaram. Diversão é ótimo, limite também.

Em tempo: artigo publicado esta semana na imprensa piracicabana, escrito por alguém especial que admiro muito

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Amigos com prazo de validade

Amigos pra mim têm duas categorias, os com prazo de validade e os vitalícios. Não sei dizer porque existem essas diferenças e antigamente eu me incomodava com os temporários, mas depois vi que eles se encaixam somente em uma parte de nossa vida e são importantes naquele momento, mas depois se vão e a intimidade desaparece.
Quado eu encontro um desses amigos nem tenho mais assunto, parece estranho.
Antes eu tentava entender porque uma pessoa saía assim da minha vida, pois eu sempre quis agregar todo mundo, chegava até a sofrer com esses desapegos, mas hoje sei que fomos importante um para o outro durante um tempo e depois passou. Sem crises, brigas ou ressentimentos. Amizade também acaba, como amor.
Mas, em contrapartida existem os amigos eternos, aqueles que mesmo ficando até anos sem ver pessoalmente, quando encontramos é uma festa com muitas conversas de lembranças felizes e saudosas.
Tenho muitos amigos assim, ainda bem, alguns de infância, outros da adolescência, uns da faculdade - em especial minhas "irmãs de república" -, os de São Paulo e alguns espalhados pelo mundo. Com esses mantenho algum tipo de contato, nem que seja somente nas datas especiais como aniversários, casamentos e nascimentos, mas sempre penso neles e sei como são especiais pra mim.
Acredito que essa longevidade seja explicada pela cumplicidade, que é um sentimento que por mais que nossa realidade mude, não acaba.
As duas categorias de amigos são importantes, pois nos fazem bem e são boa companhia, mas não há nada como amigos que te acompanham pela vida afora e que veem você se formar, casar, separar, ter filhos, trabalhar, amar, se decepcionar e ser feliz!


Em tempo: Esse post é dedicado a minha amiga de sempre, a Grá, que está longe, mas passa pelo meu blog com recadinhos carinhosos.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Jornalista caipira

Outro dia me perguntaram em tom de curiosidade: Como é ser jornalista no interior? A princípio achei a pergunta um pouco estranha como se essa realidade fosse impossível.
Fiz faculdade de jornalismo na Unesp (Universidade Estadual Paulista), em Bauru e obviamente a maioria dos meu professores atuava por aquelas bandas. Não que fossem exímios exemplos de profissionais, mas pra mim trabalhar no interior sempre foi normal.
Lá em Bauru tinha afiliada da Globo e Bandeirantes, rádios e dois jornais e a maioria dos meus colegas de turma passou por essas redações. Já eu me meti na assessoria de imprensa do campus da USP de lá e aprendi a fazer divulgação científica, organizar eventos, acompanhar entrevistas e claro a recortar jornal para fazer clipping.
A diferença entre o jornalismo do interior e da capital está na dimensão dos assuntos. Esqueça grande engarrafamentos, chacinas, mega assaltos a banco e coberturas como visitas presidencias e do Papa (sim eu estive na vinda de João Paulo II ao Brasil e recebi uma apostila com todos os nomes com os quais o pontífice pode ser chamado!).
O resto continua a mesma coisa, as cidades de porte médio têm jornais, TVs e rádios com boa estrutura e nem tão boa assim isenção, mas na grande imprensa isso também está cheio.
Depois de formada trabalhei 6 anos em São Paulo com hard news na TVs Bandeirantes e Cultura e recomendo para todo jornalista recém-formado que aprenda os macetes da profissão por lá. Vi muita coisa bacana, acompanhei muita gente morrer - Covas, Sérgio Mota, João do Pulo e também muita desgraça. As desgraças são sempre imensas na capital paulista.
Com filho pequeno e crise resolvi voltar para Piracicaba, minha cidade, onde mora minha família.
O começo foi difícil, não conhecia ninguém na área. Fiz alguns freelas para a TV Bandeirantes local e depois fui trabalhar numa agência e fazer assessoria de imprensa para uma grande siderúrgica. Apesar de não ter feito assessoria em São Paulo acredito que o mundo corporativo e a comunicação interna seja semelhante em qualquer lugar. Temos que lidar com crises, conflitos e com a grande imprensa em vários momentos.
Depois fui parar no Jornal de Piracicaba. O diário tem 109 anos e é o maior da cidade, tem uma estrutura bacana com uma redação grande. Na época meus editores tinham vindo de grandes jornais como a Folha de S. Paulo e foi um aprendizado. A rotina em partes é mais tranquila, mas a quantidade de linhas diárias é imensa e os plantões aos finais de semana e feriados permanecem. Você tem que ter suas fontes e se pautar o tempo todo. Fui repórter de política e acabei saindo pelas mão do poder - coisa de cidade provinciana.
Voltei para assessoria de imprensa, dessa vez em uma empresa de bens de capital, que produz maquinário para usinas de cana-de-açúcar e outras indústrias, bem na época do boom do etanol. Grandes coletivas e contato inclusive com a imprensa internacional faziam parte da rotina.
Hoje, atendo um cliente da área de educação e respondo direto à gerência de comunicação da instituição em São Paulo, com as mesmas responsabilidades de quem faz o mesmo trabalho por lá.
Claro que as demandas são diferentes e no interior é preciso mais jogo de cintura para se encaixar nos esquemas de quem manda e até onde se pode ir.
Eu acredito que trabalhar em São Paulo ou em outra grande capital é um aprendizados pelo qual a maioria deveria passar, mas o interior hoje é um mercado em expansão que concentra grandes riquezas no Estado. Há espaço para os jornalistas em qualquer lugar.


Em tempo: Promessa é dívida, Priscila!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Como pode um homem viver sem microondas?

Chegando da aula de futebol, o garoto de 8 anos entra na cozinha onde a mãe prepara o almoço.

- Mãe, cadê o microondas?

- O moço veio buscar para consertar (há semanas o aparelho cheira queimado quando ligado)

O garoto vai até a lavanderia tirar as chuteiras sujas e de lá pergunta.

- E como você vai esquentar a comida agora?

- Na panela, no fogão.

Ele comenta rindo

- Nossa, como pode um homem viver sem microondas?

- Mas, o microondas não é tão antigo assim.

- Não?

- Não, quando eu era criança não existia microondas.

- Não?!?! Putz!

Considerações sobre o amor

Faz tempo que observo minhas iguais na faixa dos 30 anos e também me vejo nelas. São pilhas de desilusões amorosas que deixam a mulherada desanimada e com medo de amar.
Lendo os blogs Depois dos 30... e Necessaire de Pandora fiquei pensando como consegui mudar esse cenário.
Vinha de um casamento desfeito seguido de um namoro de dois anos onde dividi o rapaz com várias outras namoradas, sem saber ou fingindo que não sabia.
Já tinha um discurso pronto de que ficar sozinha era melhor e que os homens não tinha jeito quando tentei parar de repetir padrões.
Será que todos os rapazes interessantes do universo são cafajestes ou somos nós que nos sentimos de alguma forma atraídas por eles? Quantas vezes a gente fez de conta que não viu o que estava na nossa cara.
Ainda ontem, li um artigo do psicanalista Flávio Gikovate que dizia o que penso. Segue um trecho: "Acontece que a grande maioria das moças continua a sonhar com 'princípes', com homens fortes e protetores. Apesar de supercompetentes para a vida profissional, ainda não adequaram seus planos sentimentais à realidade, de modo que buscam parceiros mais habilitados do que elas. A maioria não vai encontrar."
Pois é, a gente mudou e nossos pares também. Precisamos estar abertas a rapazes que têm medos, inseguranças e defeitos como nós e ter também paciência com a humanidade dos outros. Perfeição só em filme água com açúcar.
E o Gikovate ainda emenda: "Os tempos são outros, por isso está na hora de 'atualizar' o projeto sentimental. Os critérios que nos levam a admirar uma pessoa e por ela nos apaixonar podem se modificar. Se no passado eram valorizadas a competência profissional e as habilidades sociais, por que não se encantar por rapazes de bom caráter, sensíveis, confiáveis e com valores morais sólidos? Por que não fazer deles os novos princípes?
O tipo de aliança também deverá ser atualizado. Sai a idéia de fusão, em que um é a tampa e o outro a panela - que é a união complementar entre opostos (...) e se dá a entre as duas metades da laranja - que é a união entre pessoas parecidas mas incompletas."
Esse tipo de relacionamento muitas vezes não vai te trazer flores, jantares românticos ou outros clichês mas vai te encher de cumplicidade, apoio e companheirismo.
Não é tão difícil achar por aí exemplares desses princípes modernos, que com certeza vão te fazer amar com maturidade e serenidade, mas sem deixar o friozinho na barriga de lado.
Como já dizia Cazuza, "eu quero a sorte de um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida..."
Eu já tenho essa sorte, é só se abrir a ela!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Estréia cinematográfica

Em 1995 eu estava no terceiro ano da faculdade e escrevi um artigo que foi publicado no Jornal de Piracicaba, sendo minha estréia no diário onde eu iria trabalhar dez anos depois.

Segue o artigo, tirado do fundo do meu baú:

Invertendo os valores

Com o fim do milênio e a evolução das sociedades é comum que alguns valores mudem e até mesmo se invertam, mas o que aconteceu há alguns meses nesta cidade não se explica de modo algum.
Onde antes tínhamos cultura e entretenimento, hoje somos obrigados a conviver com letreiros sensacionalistas e cenários bizarros de exaltação à fé. O cinema Rivoli que por tantas décadas divertiu e instruiu os piracicabanos, foi transformado em um templo da tumultuada Igreja Universal do Reino de Deus.
No ano do centenário do cinema temos como homenagem esse pitoresco acontecimento. Nada tenho com a expansão e sucesso duvidosos dessa igreja, só não concordo com a transformação de um cinema em templo. É inadmissível uma inversão de valores tão grande, de um lado uma arte centenária e consagrada, do outro uma religião recente, duvidosa, coberta de irregularidades e repleta de seguidores cegos e fanáticos.
Bem sei que esta troca se deu por necessidades financeiras, e que esse cinema sendo privado, é livre para ser vendido ou transformado sem dar satisfações a ninguém, o que me deixa apreensiva é o que isso representa. Estamos trocando, sem maiores sobressaltos tradição, cultura, história por dinheiro fácil, exploração de crédulos e qualquer modismo religioso ou esotérico que vemos anunciado por aí. Daqui há algum tempo não nos assustaremos em vermos cinemas, teatros e museus convertidos em templos de adoração.
Até mesmo a televisão está sendo já há tempos invadida por essa onda de religiosidade e os programas se transformando em espetáculos de fanatismo religioso. Os estádios de futebol, a grande paixão nacional, são invadidos regularmente por fiéis que se reúnem em grandes cultos regados a exorcismo e doações, que apresentam muitas vezes públicos superiores aos grandes clássicos do futebol. Festivais de música “Gospel” (músicas que falam exclusivamente de Deus em sua letras) são eventos comparados aos grandes shows de rock, inclusive com atrações internacionais.
Tudo isso está passando meio despercebido pelos olhos da maioria, talvez por estar ocorrendo em grande escala e de certa forma distante de nosso cotidiano. Entretanto, quando vejo essa transformações ocorrendo tão perto de mim constato que essa inversão que já tomou a sociedade de maneira assustadora. Parece até coisa de cinema...


*A foto é do cinema antes de chamar Rivoli, ainda Cine Palácio, que eu nem cheguei a ver. Foi tirada do site A Província


Em tempo: Até hoje funciona a igreja no local e não temos mais cinema de rua em Piracicaba. Somente no shopping, que pena!

sexta-feira, 15 de maio de 2009

"Chefas"


Já ouvi muita mulher dizer que não gosta de ter chefe do sexo feminino. Acho o ó a mulherada se tratando assim e pior que isso é só dizer que não são amigas de verdade.
Vasculhei minha memória não tão recente e lembrei de várias "chefas" que eu tive e me ensinaram quase tudo que sei como jornalista.
A primeira foi a Marianne Ramalho, eu fui estagiária dela nos dois últimos anos de faculdade na assessoria de comunicação da USP Campus de Bauru. No começo ela me deu uma pilha de jornal para colocar o clipping de meses em dia, mas aos poucos foi me ensinando os macetes da profissão. Foi aí que me apaixonei pela divulgação científica e resolvi fazer meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) na área. A Marianne foi inclusive banca do trabalho que eu e a Brena tiramos 10 com louvor! Criamos e implantamos a assessoria de imprensa no Instituto Lauro de Souza Lima, centro de referência em pesquisa e tratamento de haseníase no mundo.
Logo após a formatura, a vida me levou pra São Paulo e caí de paraquedas na pauta da Rádio Bandeirantes/Canal 21. Imagina a perdida na cidade grande...era eu. Nessa época tive duas chefes incríveis, Patricia Zaidan a Mylene Guerra, que tiveram muita paciência com minha foquice (derivado de foca).
Muito tempo depois, quando eu já era chefe de reportagem, a Patricia me disse que achava que eu ia dar em nada... tá vendo, vale investir nos focas esfoçados. Hoje ela é editora da Revista Cláudia.
A Mylene virou uma amigona, era praticamente minha vizinha na Vila Madalena e me dava carona - de táxi porque ela não dirige - para a redação nos platões de final de semana. Ela me deu muitas dicas legais entre vinhos e papos em seu apartamento. Sinto falta dessa carioca!
Depois eu virei chefe, e das boas, meus pupilos estão espalhados pelas redações da Band, SBT, Record e Globo e me orgulho muito de também ter contribuído para isso.
Voltando a Piracicaba fui trabalhar na assessoria de comunicação da Belgo, atual Arcelor Mittal, e conheci a Melissa. Ficamos muito amigas - e somos até hoje - e fizemos uma dupla de trabalho como poucas. A Melissa confia no seu potencial e investe em quem está ao lado.
Depois passei pelo Jornal de Piracicaba, onde hoje todas as editoras, inclusive a editora-chefe, são mulheres. Na minha época não era assim, mas a Alessandra teve muito cuidado e paciência comigo que, apesar de ter experiência em jornalismo, nunca tinha trabalhado em jornal impresso e ficava meio perdida no começo.
Saí do Jornal e fui pra Com Texto, onde estou até hoje. Tenho duas chefes muitos fofas, a Dani e a Fernanda e temos uma sintonia bacana de trabalho.
Pra mim, as mulheres sempre foram ótimas comandantes.


Em tempo: também tive muitos chefes do sexo masculino que me ensinaram outros tantos como Occhiuso, Bottini, Kotscho e Benatti. No final acho que sempre tive sorte de cruzar com gente boa e competente pelo meu caminho profissional.
Ah, é claro que houve ainda muitos caciques insuportáveis, mas ficam para um outro post...

Agora os jornalistas

Também me incomodo com a maioria das revista femininas. Ou eu vivo em um mundo paralelo ou sou pobre demais.
Quem tem dinheiro pra comprar um colete que custa R$ 600,00 ou um sapato de R$ 1.500,00?
As maquiagem e cremes indicados então, nem que eu ficasse sem comer o mês inteiro.
Eu sei que os produtos nos editoriais de moda e beleza são na sua maioria empurrados pelos anunciantes e também rola um jabá generalizado nessas redações, mas precisamos pensar na realidade do leitor.
Quem ganha o suficiente para comprar isso? Será que nenhum editor ou repórter pensa nisso ao produzir ou escrever? Que eu saiba o salário dos jornalistas não é tão compatível com esses disparates. Vamos voltar para o mundo real?
Tem uma revista da Editora Abril, chamada Gloss, que descobri há pouco tempo. Mostra editoriais de moda bonitos e criativos com roupas de magazine, e histórias de pessoas comuns. Passei a comprar por me identificar com o conteúdo. Acho que esse é o caminho!

Publicitários again

Ando as turras mesmo com os comerciais de TV, cheio de estereótipos antigos e preconceituosos.
Uma propaganda das Havaianas, que mais parece de cerveja, mostra um roda de samba com Marcos Palmeira "tocando"as sandálias e eis que surge um moça feiosa, gordinha e de óculos, metida a intectual dizendo que o mundo está em crise e que ser feliz daquele jeito era péssimo. Quando vão parar de tachar as mulheres inteligentes de feias, chatas e mal humoradas?
Outro comercial de carro, nem lembro a marca, mostra um cara bonitão num carro conversível com uma moça linda ao lado. Um carro novo - o anunciado - pára ao lado e a moça troca de carro. O pior é que nem mostra o motorista do outro carro, ou seja, ela trocou um carro pelo outro e não um namorado pelo outro!!! Sem comentários.
Eu tenho uma opinião bem particular sobre homens com carros grande e chamativos, pra mim todos tem o órgão reprodutor masculino e a autoestima pequenos e tentam compensar nos possantes.
As mulheres continuam a ser retratadas somente como mães e donas de casa exemplares bem ao estilo do american way life dos anos 50.
Como diz uma amiga minha: hellooooooo, o mundo mudou e só os publictários não entenderam.


Em tempo: adoro aquele comercial da Neosaldina que a mãe chega em casa e o bebê começa a gargalhar. A música é o máximo!



Intolerância

Quase metade dos brasileiros (45%) assume que tem preconceito médio ou alto contra gays, lésbicas, travestis ou transexuais. É o que mostra pesquisa feita pela Fundação Perseu Abramo e divulgada ontem durante o 6º Seminário Nacional pela Cidadania LGBT, na Câmara dos Deputados.Os dados também indicam que 25% das pessoas se classificam como homofóbicos, aqueles que têm ódio ou não toleram homossexuais. Desses, 19% admitem uma homofobia média e 6% assumem uma homofobia forte.
Na primeira, 2 mil pessoas em 150 municípios de 25 estados foram entrevistadas. Elas responderam a perguntas diretas sobre preconceito e também sobre situações hipotéticas ou reais. Na segunda fase, foram entrevistados 413 gays e lésbicas de nove regiões metropolitanas do País.

Eu queria muito comentar, esbravejar e me indignar contra os resultados dessa pesquisa, mas só consigo me calar e me espantar diante de tal absurdo.
Enquanto os seres humanos não aceitarem as diferenças alheias e cultivarem a intolerância sem medo ou pudor nenhum de assumí-la vamos continuar vivendo nesse mundinho hipócrita e superficial.


Vivam as diferenças!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Certezas incertas

Uma das certezas que eu tinha era de ser uma pessoa saudável, afinal aos 35 anos todos me dão pelo menos uns 5 anos a menos. Fora isso sou meio natureba pra comer, não tolero frituras nem gordura e dispenso numa boa a carne vermelha, meu pecado sempre foram os doces, mas seguro a onda.
Também frequento religiosamente a academia três vezes por semana e ando feito camela, pois não possuo carro.
Para minha surpresa há cerca de um mês fiz um exame de sangue de rotina e descobri que meu colesterol estava alto. Como meu pai tem um histórico parecido o espanto não foi tão grande.
Eu me recuso a tomar remédio então resolvi mudar meus hábitos. Agora pareço a mulher aveia, coloco o cereal em quase tudo, frutas, bolos, tortas, iogurte. Também incorporei a linhaça, a soja, as massas integrais e as castanhas na minha dieta e aboli a maior parte dos alimentos industrializados e cheios de conservantes.
Pretendo aumentar a carga de exercícios, mas um princípio de artrite - dessa vez herança da minha mãe - me fez parar por algumas semanas.
A dieta já fez algum efeito, emagreci 3 quilos em umas 3 semanas e segunda-feira que vem volto para a academia. Espero que o novo exame que será feito em um mês aponte resultados positivos também.
Estou agora em busca de novas certezas.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Resgate histórico

Pegando carona no blog do meu amigo e jornalista Rodrigo Alves - http://dandonota.wordpress.com/ - coloco aqui a iniciativa da Revista Veja de disponibilizar na net o arcevo de seus 40 anos de publicação desde o primeiro exemplar de 11 de setembro de 1968 (capa ao lado).
Trata-se de um importante resgate histórico para pesquisadores, estudantes e jornalistas em formato virtual paper, daqueles que dá para folhear a revista on line.
Sem questionar a credibilidade atual da publicação acho que a iniciativa deveria servir de inspiração para os jornais e revistas mais antigos do País.



Em tempo: o gosto pela história da imprensa nacional vem de longe, quando entrei na faculdade de jornalismo, minha avó paterna - que só estudou até o primeiro grau - me deu vários exemplares de O Cruzeiro e Revista Manchete que ela tinha guardado, entre eles da morte do Kennedy e do Jango e da inauguração de Brasília.

domingo, 10 de maio de 2009

Síntese

De tudo que minha mãe tem me ensinado, a síntese é a frase: não faça para os outros o que não gostaria que fizessem a você.
Esse é o mantra que me faz ser uma pessoa melhor e que ensino diariamente a meu filho.
O mundo seria tão mais justo e caloroso se todos se esforçassem em seguir essas simples palavras. Basta antes de agir sempre se colocar no lugar do outro.
Generosidade e bons sentimentos se ensinam com gestos e não somente com palavras.
Apenas procure sempre ser gentil e ter paciência com os defeitos e limitações alheias.
Esse é o mundo que eu gostaria que acolhesse meu filho.

Feliz Dia das Mães!

sábado, 9 de maio de 2009

Xixi no banho

Essa eu não se é pra rir ou chorar. A ONG SOS Mata Atlântica - que até então eu considerava uma das mais sérias na área de ecologia e preservação ambiental - está lançando a campanha "Faça xixi no banho."
O objetivo é incentivar a economia de água já que fazendo xixi no banho você economiza na descarga! Parece piada, mas não é.
Dê uma olhada no site http://www.xixinobanho.org.br/
Segundo o site, fazendo xixi no banho, você economiza numa descarga por dia, cerca de 12 litros de água.
Parece que a idéia é incentivar a reflexão sobre o uso e o desperdício da água por meio de uma campanha divertida e que chame a atenção, mas será que não tira a seriedade e o foco real da discussão?
Agora é esperar o resultado pra ver se esse tipo de iniciativa vai trazer atitudes positivas de verdade.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Quem não tem Pira caça com SBO

Já que a 3ª Virada Cultural Paulista, que acontece em 7 cidades da região e em outros 12 municípios do interior de São Paulo, não vai passar por Piracicaba, podemos conferir a programação de SBO (Santa Bárbara D'Oeste para os piracicabanos).
Com investimento de R$ 5,5 milhões e mais de 560 atrações artísticas, o evento tem início às 18h do sábado (16) e as atrações prosseguem até as 18h do domingo (17). Toda a programação é gratuita.
Em SBO, Lobão se apresenta como destaque, finalizando a programação da cidade, que conta ainda com shows de Edgard Scandurra Livre P.A., Antônio Nobrega e Jorge Ben Jor. Os paulistanos da Orquestra de Jazz Sinfônica também sobem ao palco durante a Virada Cultural na cidade, bem como as peças “Nocaute” de Marcelo Mansfield e “À La Carte” do La Mínima. Os outros espetáculos, os horários e locais podem ser conferidos em

Em tempo: Cultura que é bom ninguém se preocupa em trazer pra cá, em compensação presídios...

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Lei antifumo


Segundo o site da EPTV, Campinas e Piracicaba são as duas primeiras cidades da região a receber a blitz Caça-Fumaça, responsável por vistoriar bares, restaurantes e ambientes fechados que estejam permitindo a presença de fumantes. A partir de junho, fiscais da Secretaria de Saúde vão realizar a fiscalização.
A lei antifumo do governo estadual proíbe o fumo em locais fechados. A decisão das blitzes foi tomada pelo governador José Serra no intuito de que essa não seja mais uma lei que fique apenas no papel. Em todo o Estado, 500 fiscais irão participar ds blitzes. A fiscalização irá se restringir aos bares e restaurantes.

Como não-fumante eu deveria comemorar essa iniciativa mas tenho minhas dúvidas sobre a eficácia dessa lei. Odeio cigarro e fumaça em bares e principalmente restaurantes quando estou comendo, mas afinal fumar é lícito. Eu vejo um conflito nessa lei, se fumar não é proibido, como vão proibir o ato.
Acredito que a maior parte dos fumantes gostaria de largar o vício, hoje em dia todo mundo sabe dos malefícios da fumacinha, mas não há políticas públicas para ajudar quem o queira. O SUS deveria ter programas extensos e abrangentes.
Nas escolar o tema deveria ser constante nas aulas de ciências e biologia, para que os jovens não entrem na onda cedo e depois não consigam sair.
Li em algum lugar a defesa da bares somente para fumantes, mas assim acredito que viveremos em guetos e tenho muitos amigos que fumam com quem eu gosto de sair.
Acho que alas de fumantes e não-fumantes realmente distintas em bares e restaurantes já resolveria o problema e a proibição deveria valer somente para casas noturnas fechadas e com pouca ventilação. Mas, nesse caso deveria haver um local aberto para fumódromos.
Não é certo tratar os fumantes como bandidos, afinal eles não estão fazendo nada de ilegal.
Ainda tenho dúvidas sobre a validade dessa lei, vamos esperar para ver os resultados.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Elias dos Bonecos

Seu Elias com seus bonecos

Esses dias vi no programa da Ana Maria Braga um borracheiro que fabricou um boneco para protestar contra um buraco na frente de seu estabelecimento. Para meu espanto era idêntico aos feitos pelo Elias dos Bonecos.
Figura foclórica e um dos maiores representantes da cultura popular de Piracicaba, Seu Elias montava bonecos com pneus e roupas velhas e os colocava para povoar as margens do rio. Morreu no início do ano passado, já muito doente.
Segue matéria que escrevi em 2006 no Jornal de Piracicaba sobre a peça teatral "O Filho das Águas", que narra a história do Seu Elias.

Como um Dom Quixote caipira, Elias dos Bonecos mostrou com ternura e simplicidade as tradições populares de Piracicaba e como um simples pescador levou para o mundo a força de seus gestos e ideais. Na montagem primorosa de “Filho das Águas – As Coisa tem o Valor que Nóis dá pra Elas”, sob a batuta de Carlos ABC, o grupo Tragatralha encena a relação de Elias dos Bonecos com o rio Piracicaba. A peça poderá ser vista hoje, às 20h, no Teatro Municipal “Dr. Losso Netto”, na Mostra Raízes, evento patrocinado pela Fundação Belgo Arcelor-Brasil. A peça foi encenada no Teatro no mês passado e emocionou o público. Ao entrar no espaço, os espectadores eram recebidos por Nhá Dita, uma espécie de narradora da história que oferecia café e dava boas-vindas aos que chegavam à sua casa.
O cenário e o figurino de retalhos de pano coloridos remetem à infância e ao imaginário popular. Em cena também estão o Divino Espírito Santo, a viola caipira e o linguajar típico do piracicabano.
A história de “Filho das Águas” começa com a bênção das casas durante a Festa do Divino e volta no tempo quando “Elia” – como o personagem é chamado em cena – era criança e dependia dos peixes que pescava no rio de Piracicaba para alimentar a família.
A paixão pelo rio e pela natureza vem da convivência do ribeirinho com as águas. A montagem dos bonecos começa com um Judas feito durante a Semana Santa, mas Elias sofre com a destruição de sua “cria”.
Em uma conversa com o Divino resolve colocar seus bonecos na barranca do rio para protegê-lo e para que as pessoas não pensem que o “seu” rio está morrendo.
A peça também tem uma conotação ecológica e mostra Elias montado em seu cavalo imaginário, como um Dom Quixote tentando lutar contra o interesse financeiro na implantação de indústrias poluentes na cidade.
No final, a proposta é uma convivência pacífica entre o progresso e a preservação na natureza. A mudez de Elias – fruto de uma traqueostomia feita há dez anos – é explicada como uma vingança das “almas do sete palmos”, que ficam com raiva do artesão porque as pessoas deixaram de ter medo das assombrações que povoam a barranca do rio por causa dos bonecos.
Aparece ainda no enredo, em forma de anjo, Nhô Lica, morador da cidade que era conhecido por pegar pedrinhas, tampas de garrafa e pedaços de espelho pela rua e guardar como um grande tesouro. Nhô Lica ajuda Elias em duas ocasiões: primeiro surge para que ele não abandone a criação dos bonecos e depois para confortar o anti-herói pela perda da voz. “Sua força não está nas palavras, mas sim nas mãos”, diz o anjo.
Os atores do grupo Tragatralha se revezam em cerca de 20 personagens, com mudanças de pequenas peças do figurino. Elias é caracterizado por usar o boné da indumentária de marinheiro da Festa do Divino.
Ao final da peça fica a mensagem de um homem simples e corajoso que ama e luta pelas suas raízes e pela sua verdade.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Trabalhar em casa: eu recomendo

A vida de quem trabalha em casa não é a maravilha que todos pensam, mas compensa.
Tem dias que mal saio de casa e fico falando com as paredes, fora que passo o tempo todo de shorts e camiseta. Tirando as reuniões que tenho nos clientes, eventos e acompanhamento de entrevistas meu mundinho se resume ao escritório que montei num quarto do meu apartamento com telefone, computador e internet.
É preciso disciplina para não dispersar a atenção e deixar de cumprir os compromissos. Para tanto, criei uma rotina, às 9 horas já estou trabalhando, lendo e-mails e jornais. Paro para preparar o almoço e comer com meu filho, que pela manhã fica em casa comigo. Essa pra mim é a principal vantagem de trabalhar em casa, passo bem mais tempo com o Enrico.
Ele já está acostumado que não pode atender o telefone durante o dia nem fazer barulho quando estou numa ligação. A convivência de filho e trabalho é muito harmônica.
À tarde, quando ele vai pra escola, concentro as reuniões e produção de textos. Quando não consigo conciliar os horários - o que é raro - apelo para minha mãe.
Sou assessora de imprensa e a empresa onde trabalho tem escritório em outra cidade. Atendo os clientes da minha região e por isso atuo em casa.
Frequentemente trabalho mais tempo do que as 8 horas diárias recomendadas (7 para jornalistas), não tem essa de sair do trabalho, desligar o computador e ir pra casa.
Como a maior parte do trabalho é escrever, às vezes faço outras coisas no horário comercial e deixo a produção de textos para a noite, quando tudo está mais tranquilo. Eu tenho a vantagem de escrever rápido, então meu trabalho rende bastante. Quando eu era repórter em jornal cheguei a ficar devendo horas no banco de folgas, acho que um caso inédito na profissão.
Sinto falta do bate-papo e almoço com os colegas de trabalho e volta e meia vem o sentimento de estar sozinha. É ruim não ter com quem conversar o dia todo, mas vale a pena.
Também é preciso tomar cuidado para os ataques à geladeira não serem constantes, pois as comidinhas estão sempre à mão. No meu caso passei a me alimentar melhor, trocando as bolachinhas do escritório por frutas e amêndoas.
Outras vantagens são que não perco tempo me deslocando para o trabalho - como não tenho carro isso sempre foi um problema -, me arrumando antes de sair e posso dormir até uns 15 minutos antes de começar a trabalhar.
Para as empresas a solução também é barata e eficiente, elas bancam parte do custeio do home office e só.
Com disciplina e organização trabalhar em casa é a melhor opção.

O poder do consumo

A manchete do Jornal de Piracicaba de hoje aponta que a cidade subiu no ranking dos municípios com maior potencial de consumo no País, segundo dados da empresa de pesquisa Target.
Segue lead da matéria: "Piracicaba passou a ser a 46ª cidade com maior potencial de consumo entre os 50 maiores municípios do Brasil, segundo o IPC (Índice de Potencialidade de Consumo do País) Target 2009, subindo uma posição comparando-se ao ano passado. No Estado de São Paulo, a cidade continua ocupando o 13º lugar. Os dados fazem parte do estudo Brasil em Foco da Target Marketing, empresa de São Paulo. O montante aproximado de consumo (urbano e rural) é de R$ 5,017 bilhões, cerca de 4,5% acima do registrado em 2008."
O dado provavelmente deveria indicar riqueza e prosperidade no município, mas as próprias pessoas entrevistadas pelo jornal dizem que reduziram em até 4o% o consumo! No mínimo conflitante a informação já que por outro lado só se fala em crise e desemprego.
Mas, o que mais me incomoda é o poder do consumo ser colocado como algo tão positivo. É claro que é importante a população ter condições de consumir, mas quando será estimulado que seja feito de forma consciente?
A gente ouve falar em reaproveitar, reciclar, reutilizar, mas nunca em consumir menos, somente o que se precisa, evitando desperdício.
Por que as pessoas tem de trocar de celular, carro e TV de plasma todo o ano?
Outro dia li numa dessas revista femininas uma lista de coisas que uma mulher devia fazer aos 20, 30, 40 e 50 anos. Uma das dicas dos 20 anos era comprar uma bolsa que custasse metade do salário! Que bela indicação, pra que alguém precisa de uma bolsa dessa e depois vai viver o resto do mês como? Isso a revista não explicava, chega a ser surreal.
Pode parecer ingenuidade, sei muito bem como funciona o poder econômico e a psique humana, mas acredito que essa seja a forma de melhorar nossa sociedade, com equilíbrio.
Uma cidade deveria ser reconhecida pela qualidade de vida de seus habitantes e não pelo seu poder de consumir desenfreadamente. Está na hora de revermos nossos conceitos...

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Overdose de cotas


Cartunista: Braga

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados aprovou um projeto do deputado Flávio Dino (PC do B-MA) que reserva 10% das vagas de instituições públicas de ensino médio e superior para portadores de deficiência. Não foi submetida a plenário e seguiu direto para o Senado. Nenhum deputado quis propor recurso para que a proposta tivesse de passar pelo plenário da Câmara, claro, que político em sã consciência ia querer ser visto como inimigo dos deficientes.
No próprio Senado, há um outro projeto que reserva 50% das vagas para alunos egressos da escola pública, com um subcritério de distribuição das vagas segundo a cor da pele.
Nas universidades federais já há vagas definidas para negros, pardos e mulatos.
Quando os políticos vão parar de atacar a consequência e deixar as causas de lado? O correto não seria todo mundo ter direito a escola de qualidade e poder defender igualitariamente sua vaga nas universidades públicas?
De que adianta ter cotas para todas as minorias se esses alunos podem não ter condições de acompanhar as aulas na universidade? Eles continuam sem os conceitos da educação básica.
Eu entendo que algumas minorias sofreram discriminação e menos acesso a tudo durante anos, mas não posso concordar que um aluno que vai mal no vestibular tenha preferência por ser cotista. Que tipo de responsabilidade estamos dando a esses jovens e que classe de profissionais serão formados?
Será que os cotistas conseguem colocação no mercado de trabalho da mesma forma que os outros egressos das universidades federais?
E desde quando deficientes fisicos têm menos condições de estudar? Que eu saiba há deficientes de todas as classes sociais, garantir acessibilidade tudo bem, mas cota já é demais.
A solução é simples: educação básica de qualidade para todos, sem a necessidade de nenhuma cota ou privilégio!

domingo, 3 de maio de 2009

O que está acontecendo com os publicitários?

Ando indignada com algumas campanhas na TV. Sou do tempo que os comerciais brasileiros ganhavam prêmios em Cannes e todo mundo queria ser o Washington Olivetto fazendo o filme da Valisére do primeiro sutiã.
Acho que os publicitários estão emburrecendo e ainda passando péssimas mensagens.
Alguém em sã consciência pode imaginar uma equipe de TV no seu banheiro para indicar um enxaguante bucal ou um daqueles sachês de colocar na privada? Pois os publicitários têm essas brilhantes ideias e ainda repetem a fórmula!
E aquela propaganda onde duas crianças se esforçam em sujar uma camiseta para a mãe tirar as manchas com um produto feito para tal. Quem tem moleque como eu sabe que de nada adianta sabões em pó ultrapotentes e removedores de mancha, o que funciona mesma é a boa e velha esfregada e ainda passa um exemplo nada animador para os pequenos.
Tem também uma de sapatos infantis que fala que há modelos para todos os gostos de meninas, as românticas, as descoladas...desde quando garotas de 5 anos são românticas ou descoladas?!?!
A Nike se superou com comercial péssimo que saiu do ar. Nele os atletas eram torturados para se tornarem bons, alguns até passavam mal a ponto de vomitar e ainda levavam tapa na cara, um horror!
Por favor publicitários criativos do meu Brasil, apareçam!

Acompanhe a tal peça publicitária do enxaguante bucal:

sábado, 2 de maio de 2009

Sábado preguiçoso

Fazia tempo que eu não tinha um sábado preguiçoso assim só pra mim, às vezes é bom ficar sozinha ouvindo música com boas lembranças... aí vai minha trilha sonora de hoje:



Lembrança: Um dia ele disse que queria ter escrito essa música pra mim!

Composição: George Harrison

Há algo no jeito em que ela se move
Que me atrai como nenhuma outra
Alguma coisa em seu jeito me agrada
Eu não quero deixa-lá agora
Você sabe que acredito e muito
Algum lugar em seu sorriso, ela sabe
Que não preciso de outra
Algo em seu jeito que ela me mostra
Eu não quero deixa-lá agora
Você sabe que acredito e muito
Você me pergunta se meu amor vai crescer
Eu não sei, eu não sei
Fique por perto e você vai ver
Eu não sei, eu não sei
Alguma coisa em seu jeito, ela sabe
E tudo que tenho de fazer é pensar nela
Algo nas coisas ela me mostra
Eu não quero deixa-lá agora
Você sabe que acredito e muito

Dia das Mães Divorciadas

Com a chegada do Dia das Mães saio a procura de presentes para a minha (que já ganhou dois - não aguento esperar o dia), avós - sim eu tenho as duas - e outras mães de plantão. E eu? Apesar de ser uma mãe das boas não ganho presente! Explico, como sou divorciada meu ex-marido não se vê na obrigação de comprar presente pra mim e como meu filho tem apenas 8 anos obviamente não tem dividendos para comprar ele mesmo.
Será que todas as mães divorciadas passam por isso?
Claro que tem o beijo e o abraço do Enrico no Dia das Mães e a festinha na escola com direito a presentinho feito por ele, que eu adoro. Tenho quadrinho, porta-joia, almofada, sacola de praia e outros apetrechos em exposição aqui em casa. Mas, uma roupinha nova ou um brinco bacana não cairia mal!
Está lançada minha campanha pelas mães divorciadas sem presente!

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Bem-vindos

Estou cada vez mais feliz com a repercussão do Entre Telas.
Depois de receber o Prêmio Dardos e um monte de recados de gente inteligente e bem informada descobri que meu texto está linkado em outro blog - http://falamarisco.blogspot.com/2009/04/especie-em-vias-de-extincao.html

Obrigada a todos que acompanham o que escrevo com tanto carinho e sejam sempre bem-vindos!