terça-feira, 30 de junho de 2009

Ele

Ele chegou de repente, meu rosto ruborizou e minha cabeça doeu com a intensidade desse sentimento.
Há dias me sinto tomada por ele, o corpo dói, as mãos tremem e os olhos lacrimejam. Não consigo dormir direito, fico revirando na cama, não consigo esquecê-lo.
Dá um nó na gargante e minha vida gira agora em torno dele, não consigo fazer as coisas mais banais como ir à academia ou trabalhar direito, ele me consome.
Espero pacientemente que esse turbilhão passe e que minha rotina volte ao normal. Achei que ia me livrar dele, mas me pegou de jeito.
Quem já não foi acometida assim, intensamente... pelo vírus da gripe!



Saúde!

Campanha Profissão Jornalista







segunda-feira, 29 de junho de 2009

Ponto para a Record

Nos meu tempos de telejornalismo, de 1997 a 2002, a ambição de todo jornalista da área era trabalhar na Globo, onde havia a melhor estrutura e os melhores salários. Era difícil entrar nas bancadas da emissora, eu mesma tentei e nunca consegui. Acabei aprendendo um jornalismo mais ralado na Bandeirantes e na Cultura.
Na época, a Record engatinhava e hoje, poucos anos depois, mostra um jornalismo sério, com nomes de peso e muita gente competente. Tirando os perrengues da igreja que é dona da emissora, faz frente à Globo como gente grande.
Profissionais respeitados como Carlos Dornelles agora seguram os microfones da Record e hoje acho que a ambição deixou de ter endereço somente na Chucri Zaidan.
Assistindo a uma entrevista do Dornelles no último sábado, no Vitrine, da TV Cultura, me dei conta do quanto essa concorrência é importante e engrandece o jornalismo brasileiro. Repórteres e outros profissionais com décadas de Globo se sentem à vontade para trocar de emprego e quem ganha são os telespectadores.
Dornelles é um jornalista incrível, tinha deixado a TV para se dedicar a ensinar e defendeu ferrenhamente a obrigatoriedade do diploma de jornalismo. Classificou a decisão do STF como um retrocesso e um ganho do lobby dos donos dos veículos de comunicação. Disse que um economista por exemplo, não sabe fazer uma reportagem, que sim precisa de técnica e conhecimentos específicos e pode se transformar apenas num passador de conteúdo chato e enfadonho que discorre sobre correntes econômicas sem que o público necessariamente entenda o que ele fala.
Ponto pra ele, que fala com propriedade o que pensa, para a Record que o tem como contratado e para nós, que poderemos ver novamente suas incríveis reportagens na telinha.

domingo, 28 de junho de 2009

Poesia em Dois Córregos


Dois Córregos é destino poético neste final de semana

Cidade que tem folclore de lendas e belas cachoeiras realiza nos dias 26 a 28 de junho o seu III Festival Internacional de Poesia

Entre inúmeras cachoeiras, morros e fazendas históricas, a pequena Dois Córregos (SP, 288 km da capital), se transforma nos próximos dias na “capital da poesia”, pois realiza a terceira edição de seu Festival Internacional de Poesias (26 a 28 de junho).
A cidade celebra no festival o grande envolvimento da população com a produção de versos nas escolas, empresas, instituições de ajuda a dependentes químicos e até na cadeia pública, em uma festa que une a presença de grandes nomes da literatura – como o poeta e compositor José Miguel Wisnik, a poetisa Alice Ruiz e o escritor Affonso Romano de Sant'Anna – com as belezas naturais e atrações culturais da região.

Lendas, cachoeiras e goiabada

Localizada no centro-oeste paulista, Dois Córregos tem 153 anos de idade e cerca de 25 mil habitantes. Cercada de antigas propriedades rurais cheias de cachoeiras, o turismo ecológico já se consolida na cidade com a prática de esportes radicais como o canyonning (descida de penhascos e cachoeiras) e com os passeios por trilhas ecológicas. O relevo de montanhas e morros também enriquece a paisagem.
Na zona urbana, a vistosa arquitetura do século XIX ainda está presente na fachada de algumas casas, igrejas e da antiga Estação Ferroviária, construída como uma réplica da estação de Versailles (França) e que foi uma das locações do filme “Dois Córregos” (Carlos Reichenbach, 1999).
A cultura popular também chama a atenção dos visitantes. Grupos de artistas da cidade mantêm viva a tradição das quadrilhas juninas, promovendo anualmente um festival do gênero. Também são famosas as lendas do folclore local, como a do “Unhudo” – um morador que protege a famosa caverna da Pedra Branca – e a da “Noiva do Jardim”, jovem que chora diante da igreja matriz por ter morrido virgem no dia de seu casamento.
Quem vai a Dois Córregos não pode deixar de experimentar ainda algumas iguarias locais. O município é um dos maiores produtores de noz-macadâmia do País (35% da produção nacional), matéria-prima para uma das maiores delícias da cidade: o sorvete de macadâmia, encontrado na sorveteria que criou um sabor em homenagem a Vinícius de Moraes (que leva uma mistura especial de leite em pó com chocolate, um dos mais pedidos).
Para levar na mala, o turista pode optar pela famosa goiabada cascão produzida na fazenda Morro Alto. A receita é de cinco irmãs netas de escravos, que fabricam o doce de forma artesanal no tacho aquecido a lenha.

Poesia

O fim de semana poético começa com um “Sarau Junino” na Praça da Matriz, no dia 26, às 19h30. A programação continua no dia seguinte com palestras e apresentações nas dependências do Hotel Fazenda Santa Paula (Av. Dr. Godofredo Schilini, s/nº, saída para Torrinha), durante todo o sábado e manhã de domingo. O festival tem entrada franca e é promovido pela ONG Instituto Usina de Sonhos, fundada em Dois Córregos com o objetivo de disponibilizar o acesso à poesia para todos os segmentos da população.
Todas as palestras são entremeadas por apresentações de trabalhos poéticos incentivados pelo projeto EntreVersos, criado em 1995 pelo Instituto Usina dos Sonhos para mudar o cotidiano de Dois Córregos. Estudantes de escolas da cidade, idosos, portadores de necessidades especiais e trabalhadores rurais apresentarão suas poesias durante o evento.

III Festival Internacional de Poesia de Dois Córregos - Programação
27/06 – Sábado
Local: Hotel Estância Santa Paula

8h30 – Apresentação musical do Projeto Guri

9h – Abertura
José Eduardo Mendes Camargo – presidente do Instituto Usina de Sonhos
Com presença de:
Embaixador Jerônimo Moscardo – presidente da FUNAG
Luiz Antonio Nais – prefeito
José Renato Nalini – presidente da Academia Paulista de Letras
Francisco Moura Campos – diretor da União Brasileira de Escritores
Rosely Boschini – presidente da Câmara Brasileira do Livro
Ulysses Riedel – presidente da União Planetária

9h15 – palestra “A poesia possível: minha trajetória”
Affonso Romano de Sant'Anna

10h15 – coffee break

10h45 – apresentação “Uma cidade EntreVersos”

11h15 – Mesa Redonda “A transformação pela poesia”
Carmem Silvia Martin Guimaraes
Luiz Antonio Amaral
Maria Amelia Blasi Toledo Piza
Menalton Braff
Munir Zalaf
Sergio Roberto Massagli

12h30 – Intervalo

14h – Palestra “Três Jeitos de Poesia”, “Haikai”, “Poesia Cantada”
Alice Ruiz

15h – Palestra “Poesia-Terapia”
Carmem Lúcia da Silva

16h – coffee break

16h30 – palestra “Literatura e Cotidiano”
Antonio Fais

17h – Aula-Show “Nas palavras das canções”
José Miguel Wisnik
Arthur Nestrovski

20h – Sarau

28/06 – Domingo

Local: Hotel Estância Santa Paula

9h – Palestra Magna “Parábola do Inconforto”
Maria de Fátima Toscano

10h – coffee break
10h30 – palestra “Poesia nas Escolas”
Rosa Laura Garcia Calacina

11h30 – palestra “Poesia/Impacto”
Frederico Barbosa

12h30 – apresentação “Uma cidade EntreVersos”

13h – Encerramento
Banda do SENAI de Limeira

Texto e foto: Murilo Barbosa

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Dançando na lua!

Michael Jackson morreu, e deve estar fazendo seu moonwalk por outras bandas. Faz tempo que não era fã do cantor e de todas as suas bizarrices, mas tinha um carinho por ele e pela sua contribuição na música.
Michael fez parte da minha infância, da trilha do filme do Billie Jean ao clipe dos zumbis de Thriller. Quem nunca imitou os passinhos dos dançarinos saindo das covas? Eu tinha até esse disco em vinil.
E claro, quem nunca ficou horas na frente do espelho tentando imitar o famoso passo moonwalk? Eu fiquei e até meu filho já tentou!
Desde o Jacksons Five ele encantava, mas o mundo irreal onde ele vivia distorceu sua vida e seu inegável talento ficou em segundo plano.
De garoto prodígio a homem maluco que renegou sua raça, cor e origem e sempre colocou a culpa na falta de amor paterno.
Que pelo menos agora ele fique em paz, dançando na lua!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Melhores blogs do Brasil

O Entre Telas agora faz parte do VejaBlog, foi selecionado pela equipe como um dos melhores do Brasil. Que orgulho!!!!

Segue abaixo o recado que recebi hoje:

VejaBlogSeleção dos Melhores Blogs/Sites do Brasil!
http://www.vejablog.com.br/

Parabéns pelo seu Blog!!!Você está fazendo parte da maior e melhor seleção de Blogs/Sites do País!!!
- Só Sites e Blogs Premiados -Selecionado pela nossa equipe, você está agora entre os melhores e mais prestigiados Blogs/Sites do Brasil! O seu link encontra-se no item: Blog http://www.vejablog.com.br/blog--

Os links encontram-se rigorosamenteem ordem alfabética -

Pegue nosso selo em: http://www.vejablog.com.br/selo

Um forte abraço,

Dário Dutra

terça-feira, 23 de junho de 2009

Os publicitários no País das Maravilhas

Eu sei que já falei algumas vezes sobre isso, mas não consigo evitar. Que mundo paralelo é esse onde vivem os publicitários e onde eles acham que vivem os consumidores de seus clientes?
Cada vez mais me sinto insultada pelas propagandas de TV que estão no ar. Outro dia vi a discussão de um projeto de lei que proíbe a propaganda para e com crianças. Sempre fui contra todo tipo de restrição, mas acho que dessa vez faz sentido.
Já viram a nova propaganda da Claro? Um garotinho de no máximo 9 anos começa o comercial dizendo que não tem jeito com as mulheres. Pausa para o comentário: desde quando meninos dessa idade estão preocupados com isso? Meu filho, que tem 8 anos e todos os seus amiguinhos só estão interessados em jogar bola, duelar cartinhas de personagens de desenhos e jogar vídeo-game.
Continuando, o menino tem um celular e fica o tempo todo pendurado no aparelho conversando com o irmão mais velho que dá dicas que como conquistar a garotinha que ele paquera. Outra pausa: sou radicalmente contra criança ter celular. Pra quê? Eu sei exatamente onde meu filho dessa idade está e se precisar com muita urgência falar com ele sei onde ligar ou procurar. Nesse caso, a maioria dos pais dá celular para os pequenos com a desculpa de ser mais seguro, mas pra que levar o celular na escola? Eles não deveriam estar prestando atenção na aula ao invés de se preocupar com o aparelho, fora que já virou símbolo de status entre a criançada.
Mais um detalhe: quem paga a conta? os pais é lógico e na propagando o menino passo o dia falando com o irmão no celular...
Outra propaganda péssima é de um carro, onde dois jovens com aquele estereótipo de bem sucedidos perguntam um para o outro onde gostariam de estar daqui a 5 anos. O rapaz se imagina dirigindo o tal carro com a moça ao lado, já ela se vê no mesmo carro, mas com o almofadinha como motorista! Sem comentários...
Faço um apelo aos publicitários: prestem atenção nas pessoas reais, que vivem de verdade e pensem propagandas para os seres humanos de carne e osso que são a maior classe consumidora do País.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Falta de responsabilidade

Ontem depois de muito tempo, zapeando pela TV, parei no Manhattan Connection (http://globosat.globo.com/gnt/programas/oprograma.asp?gid=19), programa feito por "jornalistas" brasileiros que moram na Big Apple. Eu gostava dos aúreos tempos do bate-papo, com Paulo Francis e Nélson Mota.
Hoje, o programa dá espaço para o moralmente questionável Diogo Mainardi. A Veja, veículo tendencioso e muitas vezes mentiroso, ter essa criatura como articulista já é uma irresponsabilidade com a ética e o bom senso e agora temos que ouvir as asneiras ditas por esse cidadão diretamente pela TV.
Na minha opinião ele é preconceituoso, mal educado e mais mal ainda intencionado. E o pior é que tem um monte de gente que aplaude. É só aparecer um maluco falando bobagem com cara de intelecutal que tem um monte de macaco de auditório achando lindo.
Desafio alguém a citar algo realmente inteligente e útil que esse rapaz tenha escrito ou falado. No programa de ontem, para coroar a semana, ele comemorou a decisão do STF de declarar que qualquer um - até mesmo o tal Mainardi - pode exercer a função de jornalista, sem precisar de diploma.
E o mais espantoso é que seus colegas de bancada - Caio Blinder, Lucas Mendes e Ricardo Amorim - concordaram em coro. Ele fez questão de elencar jornalistas antigos que não tinham diploma. Lógico, na época deles não existia o curso de jornalismo e os bons profissionais se formavam nas redações, era o tempo da profissão romântica, outra realidade. Não dá pra querer parar no tempo.
É assim que nossa categoria se defende, jogando areia uns nos olhos dos outros e dando espaço pra tanta papagaiada onde deveria haver jornalismo sério e de qualidade.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Campanha a favor dos não-diplomados

Resolvi lançar uma campanha em defesa dos jornalistas não-diplomados. Isso mesmo, sugiro um nicho especial de trabalho a todos os não formados que queiram se aventurar pela profissão.
Cozinheiros, jardineiros, costureiros e todos os outros profissionais citados pelo ministro Gilmar Mendes como os que não precisam de conhecimento técnico para exercer seus ofícios, devem ser contratados pelos veículos de comunicação para cobrir as façanhas do Judiciário. Renderiam matérias da forma como esse poder merece.
Indico também que os assessores de comunicação de todas as esferas do Judiciário sejam demitidos e que sejam contratados jornalistas não-diplomados no lugar para atender a imprensa, acompanhar entrevistas, escrever releases e os discursos dos nobres magistrados.
Seria a melhor forma de fechar com chave de ouro a decisão tomada pelo STF na última quarta-feira.


Em tempo: foto do Ministro Gilmar Mendes mandando nossa classe para aquele lugar!

Mimo

Ganhei, ou melhor meu blog ganhou, mais um mimo. O meu grande amigo Rodrigo Alves, jornalista diplomado e blogueiro - http://dandonota.wordpress.com/ - que me inspirou a fazer o Entre Telas nos concedeu um Meme. Um o quê?
Segundo a definição no Dando Nota, "Meme é tudo o que se aprende por cópia a partir de uma outra pessoa. Desde coisas simples, como comer usando talheres, até ações mais complexas , como escrever textos excelentes em blogs. Resumindo ao máximo, alguém faz, você vê, gosta e copia. Outras pessoas vão ver você fazendo, também gostarão e copiarão. Desta maneira, a evolução de um meme é quase sempre viral e exponencial.”
Para participar é só responder as perguntas abaixo e é claro indicar cinco blogs ao Meme. Vamos às perguntas:

MANIA: enrolar o cabelo com o dedo enquanto converso ou vejo TV;

PECADO CAPITAL: luxúria...

MELHOR CHEIRO DO MUNDO: de praia

SE DINHEIRO NÃO FOSSE PROBLEMA, EU FARIA: uma plástica nos peitos hahaha ou uma viagem pra Fernando de Noronha, ou as duas já que dinheiro não seria problema.

CASOS DE INFÂNCIA: Andei pela primeira vez segurando uma bexiga de gás comprada pelo meu avô.

HABILIDADES COMO DONA DE CASA: todas menos passar roupa! acho que me destaco na cozinha

FRASE: Não faça para os outros o que não gostaria que fizessem pra você!

PASSEIO PARA ALMA: Paraty

PASSEIO PARA O CORPO: Brotas

O QUE ME IRRITA: falta de educação

PALAVRA OU FRASE QUE USA MUITO: bacana

PALAVRÃO MAIS USADO: não falo muito palavrão, mas de vez em quando solto um car...

CHUTA O PAU DA BARRACA QUANDO: Me sinto injustiçada

PERFUME QUE USA NO MOMENTO: Forum Tufi Duek, Amour - Kenzo

ELOGIO FAVORITO: Como você está bonita!

TALENTO OCULTO: desenhar

NÃO IMPORTA QUE SEJA MODA NÃO USARIA NEM NO MEU ENTERRO: roupa com estampa de bichos (onças, tigres e cia)

QUERIA TER NASCIDO SABENDO: a compreender o ser humano

SOU EXTREMAMENTE: atenciosa

Agora as regras:

1- Dizer quem te presenteou com o selo e colocar o link do blog;
2 – Copiar e responder o questionário;
3 – Presentear 5 blogs com o selo e avisá-los sobre.

Vamos aos indicados:




Em tempo:
caricatura do Rodrigo feita por Erasmo Spadoto

quinta-feira, 18 de junho de 2009

LUTO - Mataram meu diploma

Pois é, esse é o assunto do dia no mundinho jornalístico, os magistrados mataram nosso diploma em nome da liberdade de imprensa... que irônico. Liberdade essa "defendida" pelas empresas jornalísticas que agora podem contratar quem bem entenderem para a nossa função, de preferência que custe pouco e não pense.
Faz tempo que a profissão de jornalista está desacreditada, a classe é desunida e não se ajuda e o sindicato vive "abrindo as pernas" pros patrões. Qualquer modelo/atriz por aí se dá ao direito de apresentar programas de TV e sair entrevistando todo mundo, claro que a qualidade sempre é duvidosa, mas ninguém reclamava, agora liberou geral.
Pelo menos vai servir pra brecar a proliferação das faculdades de jornalismo de fundo de quintal de onde saíam vários colegas que não sabiam ao menos escrever.
Qual será agora o critério para ser jornalista? Será que caberia à Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) normatizar a profissão como fazem a OAB com os advogados e o CREA com os engenheiros? A desicão foi tomada e não cabe recurso, mas é preciso tentar colocar ordem na casa.
Eu não aprendi a profissão de jornalista na faculdade, isso se aprende no dia-a-dia, como em qualquer ocupação. Na universidade aprendi a pensar, a questionar, a ter senso crítico e a saber apurar o que realmente é notícia. Como vão fazer esses novos jornalistas que não sabem nada sobre a ética da profissão, semiótica, filosofia, antropologia, linguística, teorias da comunicação e tantas outras disciplinas que fizeram minha base pessoal e intelecutal? São esses os jornalistas que as empresas querem? Pois façam bom proveito.
Dudivo que algum grande jornal vá se arriscar a contratar um jornalista não-diplomado para dirigir sua redação, para apurar notícias importantes ou ser repórter especial. Os bons veículos ainda primam pela credibilidade da informação para sobreviver.
Nas rádios e nas TVs a bagunça já imperava, com jornalistas sendo contratados como radialistas para ganhar menos e acredito que o peso será maior nas redações pequenas e nos jornais de interior.
Se pela lei não é necessário que sejamos diplomados que pelo menos prevaleça o bom senso e que haja mobilização de sindicatos e entidades de classe para normatizar a profissão.


Em tempo: A exigência de diploma em curso superior de Jornalismo para o exercício da profissão de jornalista foi considerada inconstitucional. Assim decidiu o Supremo Tribunal Federal (STF) ao julgar na tarde de ontem (17/06), o Recurso Extraordinário RE 511961, que questionava a exigência do diploma em curso superior de Jornalismo como requisito para o exercício da profissão. Não cabem mais recursos à decisão.
O RE foi uma iniciativa do Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão de São Paulo e do Ministério Público Federal para derrubar a decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região que, em 26 de outubro de 2005, ratificou a exigência do diploma como requisito para o exercício da profissão, afirmando que ela não se chocava com as liberdades de expressão e de imprensa.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Sonho de consumo

Sabe aquela vontade enorme, que dá até coceira quando você vê seu objeto do desejo? Eu tenho uma dessa toda vez que ouço falar da Flip (Feira Literária Internacional de Paraty) - http://www.flip.org.br/
A próxima vai ocorrer de 1 a 5 de julho, ai que vontade que dá! Paraty por si só já é um deslumbre com suas casinhas coloniais e praias quase desertas. Imagina cheia de gente descolada e inteligente e vários escritores incríveis lançando seus livros e discutindo literatura somados a teatro, música e cultura aos baldes. Um sonho!
Faz tempo que quero me programar para ir à Flip, mas não tem sobrado espaço na agenda nem dinheiro.
Tem ainda a Flipinha - http://www.flipinha.org.br/, destinada ao público infantil e que esse ano vai homenagear Manuel Bandeira. Hum que vontade que dá...
Vale a pena entrar nos sites e viajar pela programação. Enquanto não consigo ir à Flip real, me deleito com a virtual... quem sabe nos próximos anos apareço por lá.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Blog da Petrobras

O assunto mais falado do momento no meio jornalístico é o blog da Petrobras chamado Fatos e Dados - http://petrobrasfatosedados.wordpress.com/
A página foi criada há alguns meses pela estatal brasileira como um canal de comunicação com a imprensa e a população em geral. Achei a idéia incrível, ainda mais com a empresa em meio a denúncias e CPIs. Mostra boa vontade com a transparência.
Alguns jornalistas porém, têm reclamado da iniciativa, pois o blog publica as entrevistas solicitadas e concedidas aos porta-vozes da Petrobras. Reclamam que a página "fura" os veículos que pediram as informações. Discordo, a matéria não é feita somente com uma entrevista, faz parte do texto e eles não divulgam a pauta toda.
Para tentar amenizar o desconforto as entrevistas só são publicadas agora a partir da meia-noite da data da publicação da matéria no jornal ou revista ou na hora que estão no ar programas de rádio ou TV. Mais um ponto para o profissionalismo do pessoal da Petrobras.
Longe de mim defender esse ou aquele, mas alguns jornais pra lá de tendenciosos, como a Folha de S. Paulo, que costumam distorcer entrevistas e informações, são os que mais estrilam, pois agora as respostas ficam às claras para quem quiser ver.
Acredito que seja mais uma forma de deixar o jornalismo brasileiro o mais ético e transparente possível.
Espero que outras empresas e instituições sigam o exemplo da Petrobrás e invistam nessa nova forma de comunicação empresarial. Todos só têm a ganhar!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Viajando através de mim

Nesse feriado me permiti viajar para a casa de uma pessoa querida e a me reecontrar um pouquinho. Com o vai e vem do dia-a-dia deixamos os amigos queridos e caros um pouco de lado, não porque assim queremos, mas porque não há outro jeito.
O bom é que de tempos e tempos acontecem pequenos reencontros que renovam os sentimentos e dão um calorzinho gostoso na alma.
E assim foi o meu feriado, peguei com o Enrico um ônibus horroroso (essa parte vou pular) para Ribeirão Preto onde minha amiga e comadre Graziela foi nos receber. À noite, em pleno Dia dos Namorados, fomos os 3 jantar num restaurante japonês, o que nos rendeu boas risadas. Depois o Enrico foi pra casa do pai e começamos a reciclagem da amizade com um DVD francês chamado O Amor Não Tem Preço (http://www.youtube.com/watch?v=JAxFvLx5M8g&feature=related).
Nos conhecemos há 21 anos, passamos a adolescência juntas e temos muitas histórias e pessoas para lembrar. Ribeirão foi uma grata surpresa, apesar de grande a cidade é agradável e bonita, bem arborizada e com um ar cosmopolita caipira simpático.
No dia seguinte caminhamos no parque Curupira e tomamos água de coco regada a muito bate-papo. Depois teve um almoço delicioso num bistrôzinho charmoso e A Mulher Invisível (http://wwws.br.warnerbros.com/amulherinvisivel/site/) no cinema. Vale a pena ver o filme, Selton Mello está impagável e a Luana Piovani irritantemente linda.
Sobrou ainda tempo para um jantarzinho numa noite muito gelada - coisa rara em Ribeirão.
Domingo amanheceu um sol gostoso e fomos comprar jornal com o Dizzy, o cachoro-filho da Grá. E pra fechar a viagem fomos passer no Centro que tem um teatro lindo, o Pedro II e almoçamos no Pinguim (foto), parada obrigatória na cidade.
Foi tudo simples, tranquilo, agradável e delicioso. São momentos assim que nos deixam felizes.
Reciclei a amizade, o carinho, a cumplicidade e a mim mesma.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Boas notícias sempre

Bela iniciativa, jovens jornalistas criaram um site que só será abastecido com boas notícias.
Segue abaixo a apresentação de uma das idealizadoras do site Maria Clara de Campos Vergueiro, tirado do blog do ex-chefe Ricardo Kotscho. Vai lá também: http://colunistas.ig.com.br/ricardokotscho/



O site As Boas Novas surgiu com a necessidade de um jovem empresário, Ruy Drever, de se abastecer de boas notícias todos os dias. Leitor de quatro jornais diários, ele não entendia porque não eram divulgadas as iniciativas positivas que certamente existem ao lado das catástrofes e mazelas.
Convidada por ele para pensar um site de boas notícias, desenvolver sua linha editorial e gerar conteúdo para ele, intimei um amigo, Dado Abreu, para fazer parte deste time.
A identidade visual ficou por conta da Oca Imagem e, juntos, nos debruçamos por um ano sobre o site que hoje está no ar.
A verdade é que não estamos sozinhos no desejo de enxergar soluções no mundo em que vivemos.
Começa um movimento, tímido mas notado, de pessoas cansadas da preferência pela má notícia, do mundo sem espaço para utopias, sem chance para as propostas positivas, capazes, elas também, de mudar o rumo das coisas.
E, embora o jornalismo não seja sozinho o responsável pelo desânimo e a apatia que contamina a maior parte das pessoas, ele tem, no germe da sua contradição, uma chave para a mudança deste panorama.
Este site tem a idéia de gerenciar o que está por aí nas mídias do mundo, em termos de boas notícias, mas quer também produzir seu próprio conteúdo.
Por enquanto, temos duas seções de produções nossas: a Repórter Boas Novas e a Gente Boa. Queremos fazer um site colaborativo, para que a proposta de que se crie uma rede em torno das iniciativas positivas seja realmente executada."


Essa moçada inteligente pode aposentar a máxima do jornalismo que notícia boa não vende! Cabe a todos nós, jornalistas ou não, produzirmos material positivo no mundo e termos os olhos voltados para a boa vontade e para a gentileza.

É isso aí, que venham as boas novas!



terça-feira, 9 de junho de 2009

Filminho inspirador


Hoje assisti novamente, por acaso, um filme que adoro e que tem tudo a ver com o post abaixo. Trata-se de "Um Homem de Família" com o charmosíssimo Nicolas Cage. Peguei a história no comecinho zapeando pela TV a cabo.
Cage é um poderoso homem de negócios chamado Jack Campbell e vive cercado de lindas mulheres, viagens e carrões. Um dia ele acorda com outra vida, casado com a namorada do colégio, pai de dois filhos pequenos, morando no subúrbio e vendendo pneus na loja do sogro.
Depois do susto ele começa a ver a vida sob outra perspectiva e a dar valor ao que realmente importa.
Vale a pena assistir, é meio antigo, de 2000, mas fuçando na locadora acha.
Uma mostra pode ser vista no site: http://www.family-man.com/

Enjoy it!




* foto de cena do filme retirada do site http://www.cineplayers.com/filme.php?id=2059

Sem ansiedade

Seria tão mais fácil e tranquilo viver sem tanta ansiedade, sem tude ter de gerar grandes acontecimentos.
Com a chegada de datas como o Dia dos Namorados, Natal, aniversários e outras comemorações as pessoas são tomadas por uma ânsia de mostrar afeto, carinho e consideração, quase sempre com produções bombásticas ou presentes caros. E no resto do ano sobram brigas, desentendimentos e falta de respeito.
Não seria mais lógico nesses dias ficarmos sossegados, com que amamos em volta, fazendo coisas simples como comer uma pizza, passear pelo parque de mãos dadas ou dar uma volta na praia?
Faz tempo que sou adepta da paz e do amor e os dois não podem andar um sem o outro. Amor tem de ser igual a serenidade, àquela sensação gostosa de estar feliz com simples prazeres e acima de tudo tem de ser saudável.
Eu valorizo mais um elogio fora de hora, um beijo inesperado, um olhar carinhoso, um telefonema no meio do dia só pra falar oi ou e-mails com lindas canções a presentes, jantares à luz de velas ou surpresinhas românticas.
A felicidade está nas pequenas atitudes do nosso dia-a-dia e não em demonstrações encenadas nas datas determinadas pelas convenções sociais.


Feliz Dia dos Namorados!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Festas juninas hi tech

Festa junina pra mim sempre foi sinônimo de quadrilha, canjica, pinhão, mastro de santos, cuscuz e bombinha de São João. Quando eu era criança pássamos semanas organizando a festa do sítio da minha avó, com direito a levantar o mastro com os 3 santos festeiros - Santo Antônio, São Pedro e São João (meu preferido que aparece criança com o carneirinho), soltar muita chuva de prata, ajudar a acender a fogueira e comer pipoca, curau e doce de batata doce.
Na escola sempre tinha a quadrilha a caráter com bochecha de pintinha, trancinha, chapéu de palha e vestido florido pras meninas, calça remendada, camisa xadrez e barba e bigode para os meninos. Fora o casamento caipira que era um acontecimento divertido regido pelo padre palhaço e pelo pai da noiva de espingarda em punho.
Eu ainda adoro a festança, mas aqui no interior onde devíamos cultivar nossa cultura caipira, as festas estão mais pra hi tech.
Nas escolas as crianças não se vestem mais de caipirinha e dançam forró, frevo, músicas gaúchas, country, 60's e outras invenções dos "educadores" modernos. A boa e velha quadrilha com balancê e o pessoal fugindo da chuva e da cobra já era.
Não seria mais interessante cultivar as raízes da festa e ensinar às crianças a origem dos festejos e de seus símbolos?
O cardápio ainda tem comidas tradicionais como milho verde, doce de abóbora e pé de moleque, mas incorporou o americano cachorro-quente e o churrasquinho.
Que saudade das festas juninas originais! E viva São João, Santo Antônio e São Pedro!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Motel estatal

Como só se fala na queda do avião da Air France, uma notícia acabou passando despercebida e não gerou muita discussão.
A Câmara dos Deputados aprovou na terça-feira (2/6) à noite, em votação simbólica, projeto de lei que permite ao adolescente infrator direito a visitas íntimas e que bebês de até três anos fiquem com as mães que cumprem a internação. Atualmente, a concessão de visita íntima depende da decisão de cada juiz ou gestor. Pelo projeto aprovado, a visita íntima será assegurada aos adolescentes casados ou que vivam, comprovadamente, em união estável.
Eu sou a favor que todos os tipos de detentos, que são responsabilidade do Estado, principalmente os jovens, que a meu ver têm mais chances de reabilitação, tenham todos os seus direitos assegurados, mas transformar as instituições públicas em móteis me parece um pouco de exagero.
Afinal, são menores e deveriam estar estudanto ou trabalhando ao invés de constituirem e manterem família dentro dessas instituições. Não sou moralista, nem contra o sexo entre adolescentes, desde que tenham maturidade e responsabilidade sobre seus atos, o que me parece que jovens presos não têm.
Acompanhei vários massacres nas antigas Febems e sempre defendi que esses menores têm menos oportunidades e deveriam ser tratados como tal, sem essa de diminuir a idade penal. Mas, se não têm idade para responder criminalmente como um adulto, têm capacidade moral e intectual para repetir outros padrões de comportamento dessa faixa etária? Acho um disparate.
E as adolescentes que engravidarem dentro dessas instituições? De quem é a responsabilidade pela educação sexual e pelo sexo seguro?
Acho que nesse caso, direitos foram confundidos com libertinagem.
E o pior, eles vão para o motel e nós que pagamos a conta!

terça-feira, 2 de junho de 2009

Movimento dos Sem Cinema (MSC)

Faz tempo que aqui em Piracicaba participarmos do MSC, mas agora é oficial. Desde que o Shopping Piracicaba inaugurou suas cinco salas de cinema, gerenciadas pelo Cine Araújo, isso há uns 7 anos, assitir um bom filme por aqui é algo inédito.
Pra começar, as salas são mal planejadas, se você sentar do meio pra baixo "piriga" ficar com torcicolo o resto da semana. Resultado: temos de chegar uns 40 minutos antes da sessão para quando abrir a porta do cinema correr feito doidos pra pegar um lugar decente.
Fora isso os melhores filmes nunca chegar por aqui, só os blockbusters comerciais. Os que concorreram ao Oscar esqueceram de vir a Piracicaba, por exemplo.
Mas o preço é igual ao dos outros cinemas e chega a R$ 16 nos finais de semana para os pobres mortais que não têm (ou falsificam) as carteirinhas de meia entrada, como eu.
Amo cinema e fico indignada com esse descaso. O jeito é apelar para os DVDs, mas não têm a mesma magia.
Agora o cinema vai ficar fechado por 20 dias para reformar e virar 3D.
Sinceramente, por mim vai dar na mesma, ao invés de inventar novas tecnologias, salas bem projetadas e filmes inteligentes já seriam suficientes.