domingo, 31 de janeiro de 2010

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

SUS de classe média

Todo mês a gente paga religiosamente o plano de saúde, com medo que alguma emergência aconteça e fiquemos desprotegidos.
Pois bem, tiramos férias depois de um ano de muito trabalho e tem um surto de virose na praia. O único posto de saúde da cidade não dá conta de tanto paciente - falam em mais de mil somente na temporada - e o também único hospital não atende nenhum plano de saúde, só particular. Para ser atendido é necessário ir até a cidade mais próxima, a cerca de 50 km passando muito mal ou desembolsar coisa de R$ 500,00.
Como se não bastasse, ao voltar pra casa, sente há semanas dores abdominais e resolver marcar uma consulta no gastroenterologista. A secretária tem a capacidade de dizer que só tem consulta para dia 22 de março!
Eu gostaria de saber o que se passa na cabeça desses médicos. Eles acham que a gente vai passear no seu consultório? De que adianta uma consulta para daqui a dois meses, se estou precisando agora?
Claro que liguei para outros especialistas e consegui na semana que vem mas, já estava quase desistindo do plano de saúde. Se é para esperar dois meses, melhor ficar na fila do SUS que é de graça!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Cabeza de Vaca e Markun

O jornalista e presidente da Fundação Padre Anchieta, Paulo Markun esteve ontem no Sesc Piracicaba para lançar seu mais novo livro Cabeza de Vaca. Num bate-papo descontraído com a pequena plateia de cerca de 35 pessoas, Markum esclareceu porque resolveu contar a história de Cabeza de Vaca, desbravador do século XVI que, entre outras peripécias, sobreviveu a três naufrágios na América do Norte, viveu quase dez anos entre os índios, percorreu milhares de quilômetros a pé e tornou-se um mítico curandeiro.
Álvar Núñez Cabeza de Vaca foi tão ousado e persistente quanto seus contemporâneos Cristóvão Colombo, Fernão de Magalhães, Hernán Cortés e Francisco Pizarro. Pode ter tido menos fortuna e reconhecimento, se comparado a esses homens que mudaram o mapa do mundo, mas não lhe faltou sorte.
Neto de um grande guerreiro, o fidalgo espanhol deixou sua casa em Jerez de la Frontera quando adolescente, para se tornar soldado profissional. Lutou na Itália e foi gravemente ferido. Recuperado, serviu como camareiro de um duque e envolveu-se em incidentes picantes. Depois de combater um movimento rebelde, embarcou rumo à Flórida, na condição de tesoureiro real. Foi o início de uma odisseia. A história é mesmo surpreendente: Cabeza de Vaca sobreviveu a três naufrágios, curou centenas de índios, atravessou, nu e descalço, parte dos atuais Estados Unidos e México, voltou à Espanha e obteve um cargo como recompensa por suas desditas. Depois de nova viagem, tomou posse de Santa Catarina, na condição de seu primeiro governador. Mas não sossegou: atravessou a pé o território brasileiro, chegando a Assunção. Dali, partiu novamente em busca de uma serra misteriosa, feita de prata, até ser imobilizado pela malária num pequeno forte no meio do nada.
Muito simpático Markun ainda descorreu sobre seus mais de 35 anos de carreira, seus livros anteriores e deu pitacos na poítica nacional e na preservação ambiental. Como é bom ouvir pessoas articuladas e inteligentes, que sempre tem algo a acrescentar sobre qualquer assunto.
O que me chamou a atenção foi entre os ouvintes não haver um jovem sequer, mesmo na cidade tendo um curso de jornalismo. É uma pena tão pouco interesse por uma figura tão representativa na nossa profissão.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Carnaval ou circo?

Piracicaba já foi conhecida pelo seu Carnaval que atraia muitos turistas nessa época, tanto para os salões quanto para as apresentações de rua. De uns anos pra cá a festa é pura decadência, o desfile é sem graça com enredos e fantasias amadores, além de carros alegóricos (quando há) feitos de isopor e papel laminado.
Esse ano, para piorar o quadro, a maior parte das cinco escolas de samba da cidade não conseguiu prestar contas para a prefeitura do que foi feito com o subsídio do ano passado e consequentemente não vão levar a bolada desse ano, de cerca de R$ 25 mil. Mesmo assim, a prefeitura e a Associação das Escolas de Samba insiste no defile com apenas duas escolas e ainda vai trazer mais uma agremiação do grupo de acesso de São Paulo.
Serão montadas arquibancadas e uma estrutura enorme para um dia de desfile e outro de show na principal avenida da cidade.
Sou a favor da festa popular e de subsídios para escolas sérias, que geram emprego e se profissionalizam para conseguir recursos durante o ano, o que não é a realidade por aqui.
Além disso, tenho o desprazer de morar nessa avenida onde todos os anos assisto de camarote na sacada do meu apartamento a um desfile quase patético, pois são ao menos dois dias sem conseguir dormir!
Será que não era hora de investir esse dinheiro em algo mais produtivo e que traga mais benefícios para a cidade?

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Retorno


Depois de merecidas férias cá estou novamente. Nesses primeiros dias de janeiro só posso dizer que lamento pelos haitianos, mas chega de tanta tristeza e sofrimento invadindo nossas casas! Agora está pior, pois os telejornais misturam Haiti, SPFW e BBB!
Nunca vi chover tanto, o Rio Piracicaba que não transbordava há uns dez anos vira e mexe joga água pra fora, como diz a famosa música sobre ele. Ao invés de trocar nossos carros por bicicletas, como ensinam sabiamente os defensores do meio ambiente, vamos ter de usar botes! É pra se pensar...
Aniversário chegando e os questionamentos sobre a vida aumentam, e a mania de colocar tudo no modo de ver maniqueísta. É assustador ver o tempo passar tão rápido, as crianças virarem quase adultos em segundos...
Só sei que em 2010 meu maior plano é sorrir mais, o resto acompanha!