domingo, 20 de dezembro de 2009

Dois pesos...


Piracicaba tem um Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável, aprovado em 2006, conforme preconizava o Ministério das Cidades. Segundo o site do Ipplap (Instiuto de Pesquisas e Planejamento de Piracicaba),"a expansão desordenada das últimas décadas gerou toda sorte de problemas, tais como a falta de infra-estrutura (habitação, saneamento, transportes, equipamentos sociais) e o comprometimento de nossos recursos naturais, dentre os quais as agressões aos recursos hídricos em geral e à bacia do rio Piracicaba em particular são, talvez, os principais exemplos. Nessas condições, reordenar o crescimento da cidade e planejar são ferramentas que não podem ser desprezadas. Desenvolvimento com qualidade de vida para a atual e as futuras gerações, portanto, é uma exigência que não pode ser ignorada.
Por tudo isso, as propostas apresentadas passaram pelo crivo da sociedade civil. Os instrumentos propostos são avanços extraordinários, reconhecidos pela Constituição Federal, pela Lei Orgânica do Município e pelo Estatuto da Cidade. São princípios do Estatuto da Cidade: autonomia para o município legislar sobre seu território; o direito à cidade para todos; o exercício da função social da cidade e da propriedade; o combate à especulação imobiliária; a democratização da gestão da cidade."
Na atual realidade piracicabana esse texto parece saído de um livro de ficção!
Como repórter de um jornal local acompanhei a maioria das audiências públicas, as discussões na Câmara de Vereadores, fiz entrevistas com especialistas e depois do plano aprovado imaginei que a cidade seria melhor planejada e pensada.
E o que vemos agora? A explosão imobiliária de condomínios de luxo e classe média em locais sem a mínima infra-estrutura. Onde estão os vetores de crescimento e a ocupação dos vazios urbanos?
A cidade está crescendo para locais que não comportam tanta gente e próximos a recursos naturais que precisam ser preservados. As zonas de adensamento prioritárias passam longe de bairros como o Santa Rosa, o Jupiá e o Taquaral, que vão abrigar os condomínios mais recentes.
Até quando o interesse econômico de poucos vai se sobrepor à necessidade de organização e planejamento de uma cidade? Está na hora de deixarmos o sistema feudal de lado!

2 comentários:

  1. Pelo que vc disse Flavia, Piracicaba se assemelha aqui à cidade de Macaé. Infelizmente, uma cidade que era bem calma e com uma qualidade de vida muito boa, tem se tornado totalmente urbana e perigosa (no caso de Macaé)... Enfim, enquanto o povo não souber votar direito, as coisas não vão andar bem.
    Beijos

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  2. Nossa, nao sei do que vc esta reclamando!

    Moramos em uma cidade cujo lote com vista para o presídio custa R$ 600 mil!

    Moramos em uma cidade em que as pontes foram construídas para encurtar as distâncias e super valorizar os imóveis ao redor (e seus respectivos loteamentos).

    Moramos em uma cidade em que médicos esquecem agulhas nos pés dos pacientes.

    Moramos em uma cidade em que as filas dos PSs chegam a apenas 5h.

    Moramos em uma cidade em que os burcaos são capazes de engulir verdadeiras vans.

    Bem, nao quero fazer aqui a retrospectiva 2009.

    Flávia, você não acha que está reclamando demais?

    Piracicaba é a ilha da fantasia!

    Bjos. saudades. feliz 2010. muitos pitacos e energia no próximo ano.

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