quarta-feira, 20 de maio de 2009

Considerações sobre o amor

Faz tempo que observo minhas iguais na faixa dos 30 anos e também me vejo nelas. São pilhas de desilusões amorosas que deixam a mulherada desanimada e com medo de amar.
Lendo os blogs Depois dos 30... e Necessaire de Pandora fiquei pensando como consegui mudar esse cenário.
Vinha de um casamento desfeito seguido de um namoro de dois anos onde dividi o rapaz com várias outras namoradas, sem saber ou fingindo que não sabia.
Já tinha um discurso pronto de que ficar sozinha era melhor e que os homens não tinha jeito quando tentei parar de repetir padrões.
Será que todos os rapazes interessantes do universo são cafajestes ou somos nós que nos sentimos de alguma forma atraídas por eles? Quantas vezes a gente fez de conta que não viu o que estava na nossa cara.
Ainda ontem, li um artigo do psicanalista Flávio Gikovate que dizia o que penso. Segue um trecho: "Acontece que a grande maioria das moças continua a sonhar com 'princípes', com homens fortes e protetores. Apesar de supercompetentes para a vida profissional, ainda não adequaram seus planos sentimentais à realidade, de modo que buscam parceiros mais habilitados do que elas. A maioria não vai encontrar."
Pois é, a gente mudou e nossos pares também. Precisamos estar abertas a rapazes que têm medos, inseguranças e defeitos como nós e ter também paciência com a humanidade dos outros. Perfeição só em filme água com açúcar.
E o Gikovate ainda emenda: "Os tempos são outros, por isso está na hora de 'atualizar' o projeto sentimental. Os critérios que nos levam a admirar uma pessoa e por ela nos apaixonar podem se modificar. Se no passado eram valorizadas a competência profissional e as habilidades sociais, por que não se encantar por rapazes de bom caráter, sensíveis, confiáveis e com valores morais sólidos? Por que não fazer deles os novos princípes?
O tipo de aliança também deverá ser atualizado. Sai a idéia de fusão, em que um é a tampa e o outro a panela - que é a união complementar entre opostos (...) e se dá a entre as duas metades da laranja - que é a união entre pessoas parecidas mas incompletas."
Esse tipo de relacionamento muitas vezes não vai te trazer flores, jantares românticos ou outros clichês mas vai te encher de cumplicidade, apoio e companheirismo.
Não é tão difícil achar por aí exemplares desses princípes modernos, que com certeza vão te fazer amar com maturidade e serenidade, mas sem deixar o friozinho na barriga de lado.
Como já dizia Cazuza, "eu quero a sorte de um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida..."
Eu já tenho essa sorte, é só se abrir a ela!

4 comentários:

  1. Realmente, estamos sempre em busca do amor perfeito, mesmo sabendo que ele não existe já que somos imperfeitos! Eu ainda não desisti e vou encontrar o meu "complemento"! Bjs!!!

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  2. Ai Flá, não ando assim com medo não! Quando digo que estou tranqüila é verdade... estou curtindo a solteirice após sete anos de namoro! Mas, é claro que não perdi a esperança de encontrar uma pessoa bacana – e não perfeita, já que não existe mesmo! rs.
    Ando meio introspectiva mesmo, mas não é só em relação ao amor. Estou tentando reorganizar várias coisas na minha vida... tenho andada um pouco mergulhada no Caos! Mas, vai passar...
    Bjs.

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  3. Flá,
    Nunca fui a pessoa mais indicada para falar de relacionamentos e você sabe bem disso, mas não gosto nem da idéia de tampa da panela nem de metade da laranja. Não acho que as pessoas se complementam. Elas são o que são, inteiramente, com suas qualidades e defeitos. Uns tem a sorte de dividir o que são com pessoas bacanas, do bem e inteiras também. E assim evoluem juntas. Outras, esbarram com pessoas pela metade, buscando esse complemento...e é nesse ponto que a coisa desanda. Mas tudo são fases mesmo. E acho que a maturidade nos faz enxergar isso melhor. Não acredito em príncipe, mesmo porque já tive muitas provas da sua inexistência. Mas acredito em amor.
    Beijo,
    Grá

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  4. Flá, eu não chamo o Fá de "Mark Darcy" a toa! A minha vida amorosa antes dele rende inúmeros posts! Vários "Daniels Cleavers" já passaram pela minha vida e hoje eu vejo que eles até poderiam ser caras bacanas, mas no fundo não era o que eu buscava! Conheço o Fábio desde a infância, estudamos juntos no 1 grau, nos reencontramos pelo Orkut junto com todo o pessoal da época, mas demorou 2 anos para cair a ficha de que ele me olhava diferente, ou seja, minha felicidade estava embaixo do meu nariz!

    Hoje, mais madura, acredito que tudo tem um porquê. Talvez, precisamos encontrar várias pessoas erradas para valorizarmos mais a "certa", sei lá, mas tenho certeza de que encontrei a minha metade da laranja. Como eu sempre digo, nos completamos nas diferenças e somos fortes nas afinidades!

    Ótimo Post, como sempre!

    Beijos!

    Sah

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